Ministros da Agricultura do G20 recebem recomendações para aumentar produtividade agrícola

Relatório recomenda práticas da agricultura regenerativa, biotecnologias e assistência técnica

Na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, ministros que representam as 20 maiores economias do mundo receberam as recomendações da Força-tarefa de Sistemas Alimentares do B20, braço empresarial do G20. Gilberto Tomazoni, head da força-tarefa e CEO global da JBS, apresentou um documento com sugestões para expansão da agricultura sustentável com aumento da produtividade.

O evento aconteceu nesta quinta-feira (12/9), e repercute ainda entre os participantes o debate sobre as diretrizes para sistemas alimentares e agricultura, o chamado ‘policy paper’ “Sustainable food systems and agriculture”, em inglês, que é composto de regras a serem integradas na proposta de pauta do setor privado para a Cúpula de Líderes do G20, agendada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro: aumentar a produtividade no campo, melhorar o acesso ao crédito por parte de produtores rurais e fortalecer o sistema de comércio multilateral.

A força-tarefa de sistemas alimentares teve suas atividades retomadas no B20 neste ano, o que não ocorria desde 2018.

O relatório destaca ser crucial ampliar a produtividade no campo, e, para isso, “deve-se considerar o desenvolvimento e a expansão de tecnologias avançadas, sustentáveis e resilientes”, adotando práticas da agricultura regenerativa, biotecnologias e assistência técnica agronômica aos produtores.

A força-tarefa também reforçou a sugestão de investir em modelos de financiamento inovadores para atingir agricultores de pequeno porte. “Soluções produtivas necessitam de financiamento para que tecnologias climate-smart cheguem a todos, com a agricultura desempenhando um papel crucial no enfrentamento das mudanças climáticas”, pondera o CEO global da JBS. Atualmente, segundo o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Ifad), da ONU, menos de 4% dos investimentos para mitigar as mudanças climáticas vão para a área da agricultura. Considerando apenas os pequenos produtores dos países em desenvolvimento, o percentual cai para menos de 2%.

Sobre o fortalecimento do sistema de comércio agrícola multilateral com normas não discriminatórias, os representantes indicaram que, nesse caso, a Organização Mundial do Comércio (OMC) assume o protagonismo, “centralizando esforços e atuando para harmonizar as regulações sobre iniciativas sustentáveis e definir práticas regulatórias com base científica”, informou o comunicado.

O evento de abertura do encontro ministerial do GT da Agricultura do G20 contou com a participação dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), de Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Qu Dongyu, e do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.

Segundo Fávaro, essa é a oportunidade de apresentar ao mundo uma proposta que pode ser utilizada de forma global. “Precisamos combater as barreiras comerciais estabelecidas, já que uma das formas de inclusão é ter alimentos saudáveis com preços acessíveis para que se possa combater a fome”, disse.

Durante seis meses, a Força-tarefa de Sistemas Alimentares e Agricultura Sustentáveis reuniu 139 pessoas da cadeia produtiva e parceiros. As recomendações foram elaboradas com o intuito de abordar os desafios de segurança alimentar e mudanças climáticas de maneira integrada. De acordo com Tomazoni, “o plano visa acelerar soluções para produzir mais, preservando a biodiversidade, capturando carbono da atmosfera, aumentando a resiliência dos sistemas de produção de alimentos, energia e fibra para futuras gerações”.

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