Analistas afirmam que preocupações com oferta da Ásia e até frio no Brasil são os principais “culpados” pela alta expressiva
A última quarta-feira (17) foi um dia de grandes emoções para o produtor de café. Desde as primeiras horas da manhã, os preços avançam com suporte na preocupação com a oferta global, com o robusta ultrapassando os US$ 4 mil a tonelada e o arábica buscando 240 cents/lbp em Nova York. As variações chamam atenção do setor já que o Brasil se prepara para o início da colheita e o mercado tem a expectativa de volumes mais significativos na safra 24.
Por volta das 12h30 (horário de Brasília), no terminal de Londres, o conilon para julho/24 avançava US$ 161 por tonelada, negociado por US$ 4138, setembro/24 tinha alta de US$ 161 por tonelada, cotado por US$ 4057, novembro/24 tinha alta de US$ 155 pontos, valendo US$ 3949 e janeiro/25 avançava US$ 143 por tonelada, negociado por US$ 3827.
Em Nova York, julho/24 tinha alta de 1115 pontos, negociado por 239,70 cents/lbp, setembro/24 tinha valorização de 915 pontos, cotado por 236 cents/lbp, dezembro/24 tinha alta de 880 pontos, cotado por 234,90 cents/lbp e março/25 teve alta de 860 pontos, valendo 233,40 cents/lbp.
De acordo com analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas, não há mudanças nos fundamentos do mercado. O setor continua preocupado com a seca no Vietnã – que já participa pouco do mercado e está em fase de florada. A partir de agora as chuvas são determinantes para o país asiático buscar alguma recuperação na produção. Os difenciais deixam o café do Brasil mais competitivo e o dia está sendo movimentado para o setor.
Além disso, alguns analistas afirmam que a previsão de frio para o Brasil nos próximos dias também ajudam a impulsionar as cotações, apesar de os modelos meteorológicos, até a manhã desta quarta-feira (17), não indicarem riscos para geadas com intensidade forte em áreas do parque cafeeiro. As condições do tempo continuam sendo monitoradas e o produtor segue se preparando para o início da colheita.
Dando suporte aos preços, pesquisas recentes mostram que o consumo de café continua evoluindo. Durante a Covid-19 a demanda se manteve estável e a expectativa do setor é que a partir de agora ela seja mais aquecida. Segundo dados da Circana, importantes polos consumidores como Estados Unidos registraram avanço no consumo da bebida.