Em meio à pandemia do Coronavírus, o suco de laranja ganhou destaque. Segundo dados da consultoria de pesquisas de mercado Nielsen, nos Estados Unidos, país que mais consome suco de laranja no mundo, as vendas do produto aumentaram 44% entre os meses de março e abril, meses em que o coronavírus se tornou um alerta mundial. Foi nesse período que a bebida, negociada na bolsa de Nova York, bateu suas máximas do ano, chegando a acumular anta de 26,08%. A principal justificativa para esse aumento – notado também em países da Europa – está ligada às propriedades nutritivas da laranja, rica em vitamina C e uma excelente fonte de imunidade para o organismo. Apesar de ser um aliado no combate à gripe comum, não há estudos que comprovem que o suco de laranja pode prevenir contra o Coronavírus. A pesquisadora de citrus do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP), Fernanda Geraldini, atribui esse aumento também a outros fatores, como as famílias que decidiram estocar alimentos para passar pelo período de isolamento social. “Outro fator é que, com o isolamento, as pessoas que moram nos Estados Unidos e na Europa voltaram a consumir café da manhã, e o suco de laranja é um produto importante na refeição dessas pessoas”, afirma Geraldini. Apesar desse novo cenário, o produtor e a indústria não foram impactados: “não há grandes mudanças em relação à safra passada. Mas essa realidade pode impactar a cadeia caso o consumo de suco de laranja volte a se tornar um hábito”, prevê a especialista.