Histórico: Brasil tem estoques de café praticamente zerados na entressafra e pelo menos 30% da safra atual já está vendida

País segue exportando grandes volumes e em abril registrou aumento de 2,5%: Cenário é positivo e alta do dólar incentiva travamento no mercado futuro, garantindo lucros ao produtor

As exportações de café do Brasil seguem com um ritmo positivo em 2020. Os números divulgados pelo Cecafé, referentes ao mês de abril, chamam a atenção do setor e pode ser considerado uma surpresa positiva para a produção cafeeira do país. Segundo Nelson Carvalhaes, presidente do Cacafé, destaca em entrevista ao Notícias Agrícolas, que os estoques nas principais regiões já estão praticamente zerados e que o feito pode ser considerado histórico para o país, marcando de forma inédita a passagem de um ano safra para o outro, quase sem estoques.

O Brasil exportou em abril deste ano 3,3 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído, registrando um aumento de 2,5% em relação ao volume exportado em abril de 2019. A receita cambial gerada no mês com as exportações foi de US$ 442,1 milhões, aumento de 9% em relação a abril de 2019. Já o preço médio da saca foi de US$ 132,02, alta de 6,4% na mesma comparação. Os dados são do relatório compilado pelo Cecafé, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.

Com relação às variedades embarcadas no mês passado, o café conilon (robusta) apresentou um relevante aumento nas exportações, de 30,3% em relação a abril de 2019, com 313,1 mil sacas exportadas (9,4% da participação das exportações por variedade). Já o café arábica representou 79,9% do volume total de café exportado no mês, com 2,7 milhões de sacas embarcadas, enquanto que o café solúvel representou 10,7% dos embarques, com a exportação de 357,3 mil sacas.

A expectativa do presidente é que as exportações continuem apresentando bons números para a produção do Brasil. Além disso, a alta do dólar tem incentivado as exportações e, segundo Nelson, as informações indicam que entre 30 e 40 % da safra que está começando a ser colhida no Brasil também já está comercializada. “Nós correspondemos a próximo de 40% do mercado global e a tendência é permanecer com uma performance boa em 2020”, afirma Carvalhaes.

O principal destino de café brasileiro segue sendo os Estados Unidos, que importaram 2,7 milhões de sacas no período (20,2% de participação no total das exportações), apesar das cafeterias e padarias fechadas por conta da pandemia do Coronavírus no maior consumidor de café brasileiro, os números indicam que o consumo interno do café teve um aumento significativo, o que pode compensar parte das baixas durante o Covid.

A Alemanha, segundo maior consumidor, importou 2,4 milhões (equivalente a 18,1% de participação nos embarques) e a Itália, terceiro maior consumidor, importou 1,2 milhão de sacas (9,1%). Na sequência, estão a Bélgica, com 767 mil sacas (5,8%); Japão, com 632,4 mil sacas (4,8%); Federação Russa, com 426,2 mil sacas (3,2%); Turquia, com 394,1 mil sacas (3%); Espanha, com 327,7 mil sacas (2,5%); Canadá, com 296,5 mil sacas (2,2%); e França, com 281,4 mil sacas (2,1%).
Entre os destinos listados, a Federação Russa e a Espanha se destacaram ao apresentar um crescimento significativo na compra de café brasileiro, se comparado ao mesmo período de 2019. Os aumentos foram de, respectivamente, 24,7% e 24%.

Por:

Virgínia Alves

Fonte:

Notícias Agrícolas

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