A expressiva valorização anual na comercialização da caixa de ovos brancos e vermelhos deixa a impressão que os produtores de ovos estão tendo excelente retorno nos negócios realizados.
Ledo engano, já que o significativo aumento em comparação com o mesmo período do ano passado se torna pequeno quando comparado aos anos imediatamente anteriores. Nesse sentido, o aumento anual de quase 38,5%, cai para apenas 7,4% quando confrontado ao mesmo período de 3 anos atrás, em 2017. Ou seja, nem cobre a inflação do período.
Por outro lado, o aumento de preços verificado na aquisição da principal matéria-prima utilizada na alimentação das aves tem corroído os ganhos do avicultor. Isso porque nas mesmas comparações efetuadas em relação ao preço da caixa de ovos brancos, o milho obteve aumentos de 40% e 68%, respectivamente.
Assim, embora tenha alcançado e superado o teto de R$100,00 na comercialização da caixa de ovos brancos, o preço médio recebido pelo produtor de ovos em março permite apenas leve ganho anual em relação ao volume de ovos necessário para adquirir uma tonelada de milho. Ou seja, enquanto no ano passado foram necessárias 11 caixas de ovos, neste ano, vão sendo necessárias 10,7 caixas.
Resta saber como serão afetados e a evolução dos preços do milho e dos ovos no mercado interno diante dessa crise mundial relacionada ao vírus da Covid-19 e que começa a se alastrar no país deixando consequências na saúde da população podendo afetar, também, a economia do país e a saúde financeira das empresas.