Soja, milho e trigo operam em alta na abertura da sessão
Os futuros de grãos estão em alta nesta manhã, em meio a condições climáticas adversas em partes da América do Sul que podem afetar negativamente a próxima safra.
O clima quente e seco é esperado até o início de outubro no Brasil, segundo o Commodity Weather Group em um relatório, e isso já tem elevado o preço do grão no mercado spot.
Na Argentina, as chuvas limitadas deixaram cerca de metade das safras de milho e trigo do país em condições inadequadas, divulgou também a empresa de meteorologia. Entretanto, há possibilidade de chuva na Argentina nos próximos dez dias, que podem melhorar as condições das lavouras.
No Meio-Oeste americano, apesar de notícias de secas pontuais, as lavouras se desenvolvem bem. Segundo o Departamento de Agricultura do país, 5% da safra de milho dos EUA foi colhida até domingo, acima da média para o período que é de 3% para esta época do ano.
A colheita de soja ainda não começou, mas um quarto da safra estava perdendo folhas, acima dos 13% sete dias antes e da média de 21%, disse o USDA. A colheita “provavelmente se move bem sob um padrão mais quente (e) mais seco” no Meio-Oeste, disse o Commodity Weather Group.
Os grãos também se ajustam a expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA de amanhã. A perspectiva geral é de aumento dos estoques no país. Poderá ocorrer também ajustes nas estimativas de colheita no Brasil e Argentina, mas ainda está longe de a safra ter uma definição.
A movimentação dos derivados também deixa os grãos sem direção definida. Depois de dias de queda, os contratos de óleo sobem mais de 1% nesta manhã e os do farelo quase 1%.
Segundo a AgResource, também influencia positivamente o mercado de grãos o debate entre os candidatos à presidência dos EUA ontem, quando Kamala Harris foi bem avaliada.
Memórias da guerra tarifária entre os EUA e a China – e seu efeito adverso nas vendas de exportação agrícola dos EUA – permanecem entre os comerciantes, com as ameaças de campanha de Trump de impor mais tarifas à China os inflamando ainda mais. “Os comerciantes de soja se lembram dos primeiros dias da guerra comercial de 2018 com a China e sua fraca demanda por soja nos EUA até que o acordo comercial da Fase 1 foi assinado em 2019″, disse a empresa segundo a Dow Jones Newswires.
Agora, os papeis de soja sobem 1,49%, a US$ 10,20 o bushel e os de milho, 0,22%, a US$ 4,09 o bushel. Os lotes de trigo sobem 1%, a US$ 5,80 o bushel.