Câmara Setorial de Café elege novo presidente

Ademar Pereira é o novo presidente da Câmara Setorial de Café, instalada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro). A reunião on-line, realizada pela plataforma Microsoft Teams, ocorreu no dia 10 de agosto e o produtor rural, do município de Caconde, foi eleito por aclamação.

As Câmaras Setoriais são fóruns de discussão que reúnem representantes de entidades públicas e privadas de determinada cadeia produtiva do agronegócio e, de acordo com Ademar, a integração de todos os elos da cadeia é fundamental para a construção de uma cafeicultura moderna. O produtor cita as pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC), entre as quais os cultivares Mundo Novo e Catuaí, que correspondem à grande parte dos 1,88 milhão de hectares dedicados à cultura, e pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), que divulga dados sobre previsão de safra no Estado, além de analisar as condições de comercialização do mercado nas bolsas de Londres e Nova Iorque, como essenciais ao desenvolvimento da produção.

Para Ademar, a organização do setor é fundamental para o fortalecimento dos diversos elos da cadeia. Todos têm um papel, poder público, indústria, comércio, “e agora eles escolheram um produtor para coordenar o trabalho”, concluiu. Para ele, é importante estreitar as relações da Câmara não somente com os Institutos de Pesquisa, mas também com instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), entre outras relacionadas ao desenvolvimento da produção, indústria e comércio.

A cadeia tem um forte potencial a ser aproveitado, basta organizar e articular todos os elos que integram o segmento e podem alavancar um processo de crescimento e desenvolvimento potente e sustentável do mercado cafeeiro. “Estamos em contato com o Sindicato da Indústria de Café (Sindicafé) para firmar um termo de cooperação com as cafeterias, para divulgar o grão de alta qualidade que é produzido em São Paulo”, explicou Ademar.

Outro ponto destacado pelo presidente da Câmara Setorial foi a necessidade de ampliar e dinamizar o Concurso de Qualidade do Café, evento que conta com provas locais e regionais, além da final estadual. De acordo com Ademar, esse evento estimula os produtores e ajuda a promover o contínuo melhoramento dos grãos produzidos no Estado. O Sabor da Colheita – promovido pelo Instituto Biológico (IB), que abre as portas do maior cafezal urbano do País e recebe a população para participar do evento –, marcando o início simbólico da colheita do café no Estado de São Paulo, é outra vitrine importante para o segmento.

Para Guilherme Araújo, secretário-executivo das Câmaras Setoriais, a gestão de Ademar Pereira será muito profícua, pois o produtor tem alta capacidade de agregação e, além de trazer propostas para estimular os produtores – disseminando o conhecimento desenvolvido pelas instituições de pesquisa –, o novo presidente vai trabalhar em conjunto com os demais elos da cadeia, buscando a integração entre todos os agentes, visando criar um segmento cada vez mais forte, do campo ao consumidor.

Eduardo Carvalhaes Jr., que esteve à frente da Câmara Setorial nos últimos dois anos, parabenizou o seu sucessor, lhe desejando sucesso e se colocando à disposição para colaboração na nova gestão 2020/21.

Sobre o Café

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Em 2019, o País colheu 42,3 milhões de sacas de 60 quilos e registrou um recorde de exportações de 36,8 milhões de sacas – crescimento de 1,3% em comparação ao ano anterior. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Safra 2020, marcada pela bienalidade positiva, deve apresentar uma produção 35% maior que a obtida em 2019, devendo alcançar entre 57,2 milhões e 62,02 milhões de sacas beneficiadas. Minas Gerais é o maior produtor nacional, seguida pelo Espírito Santo e São Paulo. Se for considerada apenas a produção da variedade Arábica, São Paulo fica em segundo lugar.

Dados da segunda previsão e estimativa da safra agrícola, analisados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), indicam uma produção de 352,8 mil toneladas, volume 33,2% superior ao obtido na safra anterior. Na regional de Franca, estimou-se colheita de 2,6 milhões de sacas de 60 kg, caminhando para recorde histórico de produção nessa região. Houve incremento da produtividade nessa regional, saltando para 37,7 sc. de 60 kg/ha. Assim, entre fevereiro e abril, a estimativa acrescentou uma saca de produção adicional a cada três hectares cultivados. Nas demais regionais relevantes na cafeicultura paulista (São João da Boa Vista, Marília e Ourinhos), observaram-se variações apenas na produção e produtividade.

A atual temporada deverá ser caracterizada por um ano bastante atípico na história da cafeicultura, diante de tais aspectos: elevadas produção e produtividade, boa qualidade e preços para a maior parte dos empreendedores, e remuneradores. Essa condição favorece que estratégias públicas e privadas visando o incremento da competitividade sejam adotadas com maior chance de êxito.

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