Café especial: Mercado global pode alcançar marca de US$ 152 bilhões até 2030.

América do Norte e Europa aparecem entre os principais, mas Ásia volta a chamar atenção.

Por Notícias Agrícolas

Até 2030 o mercado de café especiais pode alcançar a marca de US$ 152,62 bilhões, o que representaria alta de 12,32% em relação aos números registrados a partir de 2021. Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada Brainy Insights. De acordo com a publicação, com o consumidor final mais “curioso”, o mercado está sendo impulsionado até mesmo pelo consumo da bebida em casa.

“A mudança para a utilização de produtos artesanais direcionou-se para o café especial, que pode ser expresso como café feito usando os princípios de fabricação de cerveja atualmente aplicados, utilizando grãos de café de alta qualidade”, destaca a pesquisa.

A consultoria avaliou o avanço do consumo global com dados a partir de 2021, quando foi gerado o valor de US$ 53,67 bilhões. No gráfico, é possível observar que se espera uma alta gradativa, chegando ao valor de mais de US$ 150 bilhões em seis anos. Evolução especiais.

O mundo está bebendo mais café de qualidade, apesar das incertezas que os problemas geopolíticos trouxeram para o setor nos últimos anos. Durante a Covid-19 não foi observada queda no consumo da bebida de forma geral, o que foi considerado positivo para o setor. A expectativa do mercado global é que o consumo volte a registrar alta nos próximos anos.

“Além disso, a utilização do café em países emergentes como Brasil, China e Índia também aumentou a um ritmo considerável. Assim, o aumento da utilização do café impulsionará ainda mais o mercado de cafés especiais durante o período de previsão”, complementa a Brainy Insights.

A pesquisa avaliou os mercados da Europa, América do Norte, Ásia-Pacífico, Oriente Médio e América do Sul. É importante ressaltar que o café brasileiro já está inserido em todas essas regiões, com mercados consolidados ou com a expectativa de avanço no médio prazo.

Segundo a publicação, a Europa aparece como importante polo para os cafés especiais, com participação de 46,21% da receita registrada em 2021. Vale destacar que a Europa é também o principal destino das exportações do Brasil, representando mais de 50% dos embarques.

Em linha com o que observamos no mercado nos últimos anos, a consultoria destacou a intensa procura por vários tipos de café. “O crescente interesse pelos cafés robusta de qAlém disso, prevê-se que o aumento dos principais players, níveis de renda mais elevados e uma cultura cafeeira mais avançada impulsionem o crescimento do mercado dos especiais nesta região”, afirma.

Já a América do Norte aparece como região que poderá registrar maior crescimento nos próximos anos. A justifica se dá pela popularidade de cafeterias e lojas na região, além do impulso que as novas tecnologias podem trazem ao mercado. “Espera-se também que o uso crescente de bebidas de café gourmet e especiais entre os clientes cresça nesta região no crescimento do mercado”, diz a pesquisa.ualidade também impulsionou o crescimento na região.

BRASIL E O MERCADO DOS CAFÉS ESPECIAIS

O setor cafeeiro do Brasil vislumbra um futuro de muitas oportunidades para o cafeicultor. O mercado do arábica, há anos consolidado, também enxerga agora um horizonte de oportunidades quando o assunto é qualidade e sustentabilidade. Para o mercado global, as duas características estão fortemente ligadas e o Brasil vem atendendo bem à demanda internacional, abrindo, inclusive, espaço em mercados não tão tradicionais.

No ano passado, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), atualmente o Brasil possui 35 regiões produtas de café, sendo 14 com registros de Indicação Geográfica (IG).

“Além de evidenciar ao mundo a geografia e as características dos frutos produzidos no cinturão cafeeiro nacional, esse avanço que fizemos cria um verdadeiro catálogo de apresentação do desenvolvimento de novas origens e microrregiões produtoras no país, englobando as variedades arábica e canéfora”, explica Vinicius Estrela, diretor executivo da BSCA.

Já os números oficiais do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram alta de 44,7% nos embarques dos cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis. O volume de 1,571 milhão de sacas representa 20,5% do total.

No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados no primeiro bimestre de 2024, os EUA ocupam o primeiro lugar, com a aquisição de 455.803 sacas, o equivalente a 29% do total desse tipo de produto exportado.

Fechando o top 5, aparecem Alemanha, com 283.875 sacas e representatividade de 18,1%; Bélgica, com 146.802 sacas (9,3%); Holanda (Países Baixos), com 84.010 sacas (5,3%); e Japão, com 80.101 sacas (5,1%).

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