Alta do café nas bolsas faz preço subir no mercado brasileiro

De acordo com o Escritório Carvalhaes, compradores elevaram suas bases e vendedores ainda relutam em negociar

A alta do preço do café no mercado internacional refletiu no mercado físico brasileiro, que também viu aumento das cotações ao longo dos últimos dias. Em boletim semanal, o Escritório Carvalhaes informou que os produtores conseguiram elevar as bases pedidas pelo grão, em uma semana que foi mais curta por causa do feriado da Proclamação da República, na sexta-feira (15/11).

Na quinta-feira (14/11), uma saca de 60 quilos de um cereja descascado fino e de bom preparo era negociada a valores entre R$ 1.850 e R$ 1.970. Um café classificado como fino a extrafino de Minas e São Paulo variava de R$ 1.800 a R$ 1.850. Já um produto de bebida mais dura e considerado mais fraco de xícara valia de R$ 1.620 a R$ 1.680 a saca.

“Os compradores subiram as bases de preços ofertadas, acompanhando, de longe, as altas em Nova Iorque e Londres. Hoje, véspera de feriado nacional no Brasil, subiram suas ofertas com mais intensidade, conseguindo assim movimentar um pouco mais o mercado e comprar um volume maior de café”, avalia o Escritório Carvalhaes.

Ainda assim, informa a empresa, o interesse vendedor nesta época do ano não tem sido tão grande quando poderia se esperar com as altas nos preços. “As indústrias de torrefação que abastecem o mercado consumidor do Brasil, o segundo maior do mundo, estão enfrentando dificuldades para conseguirem comprar o volume de café necessário para atender seus compromissos”, diz o boletim.

Na visão da empresa, os fundamentos de mercado não mudaram e segue apontando tendência de alta nas bolsas. Os efeitos do clima desfavorável sobre as lavouras vêm se confirmando a cada avaliação feita por agrônomos e especialistas. A chuva das últimas semanas estimulou as floradas, mas não têm conseguido manter.

A chegada do inverno no Hemisfério Norte tende a estimular a demanda, mas o cenário é de aperto na oferta de café do Brasil, que pode não ser suficiente para abastecer as exportações e o mercado interno neste final de ano. “Os problemas climáticos são globais. Prejudicam a produção de café em todos os principais países produtores”, ressalta o Escritório Carvalhaes.

Do ponto de vista técnico, operadores do mercado estão fazendo a rolagem de contratos futuros para o vencimento de março. E há a expectativa relacionada ao cenário macroeconômico nos Estados Unidos e seus efeitos sobre os rumos da economia internacional, com a volta de Donald Trump à Casa Branca.

Neste cenário, o mercado internacional de café encontrou espaço para valorização na semana. Na sexta-feira (15/11), o contrato de arábica para dezembro em Nova York subiu 1,02% (o equivalente a 295 pontos ou US$ 0,0295), cotado a US$ 2,8180 por libra-peso. Os lotes para março de 2025 fecharam com elevação de 1,4% (390 pontos ou US$ 0,039), valendo US$ 2,8330 por libra-peso.

Em Londres, o contrato do robusta para novembro de 2024 oscilou par abaixo em 0,08%, o equivalente a uma queda de US$ 4, e fechou a US$ 4.770 a tonelada. A mesma variação do vencimento janeiro de 2025, que encerrou a sessão na bolsa europeia a US$ 4.773 a tonelada.

No acumulado da semana, o robusta em Londres se valorizou 9,07% (ou US$ 397), informa o Valor Data, com base no contrato de segunda posição no painel, atualmente o de janeiro de 2025. No mês, a alta é de 9,25% (ou US$ 404). Em Nova York, o café arábica subiu 11,93% em uma semana (ou 30,2 cents) e 15,4% em um mês (ou 37,8 cents).

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