No caso dos grãos, a demanda chinesa segue firme para abastecer a oferta de ração na indústria local
Por Nayara Figueiredo e Raphael Salomão
A recuperação dos preços e do volume das exportações brasileiras de carne bovina ao mercado chinês nos próximos meses vai depender do sucesso de medidas que vêm sendo adotadas pelo país asiático para acelerar a economia, como o plano de estímulos lançado nesta semana para impulsionar o consumo local.
No setor de grãos, por outro lado, a desaceleração econômica da China não se traduziu em compras menores, nem em preços mais fracos. Pelo contrário, a demanda deve seguir firme, para produção de ração na indústria local, segundo analistas.
Dados oficiais divulgados na segunda-feira mostraram que a economia da China cresceu apenas 0,8% no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses do ano. O número ficou bem abaixo dos 2,2% registrados no primeiro trimestre, colocando em risco a meta de atingir a alta de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, estabelecida pelo governo de Pequim .
“A recuperação econômica da China está acontecendo, mas não como se esperava. Então, não dá para imaginar que vamos ter altas expressivas nos preços que eles pagarão pela carne bovina nos próximos meses”, disse Fernando Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado.
O especialista lembrou que a China, além de ser destino de quase 50% dos volumes da carne bovina embarcada pelo Brasil, é a maior formadora de preço desse mercado. “Se a China paga menos pelo produto importado, outros compradores relevantes como União Europeia, Estados Unidos e demais países vão na mesma linha”, afirmou.