Apesar dos contínuos gargalos logísticos reportados pelo Cecafé em seu último relatório, o Brasil exportou 4,3 milhões de sacas (60 kg) de café em março de 2024, um aumento de 38% em relação ao ano anterior.
Por Rabobank
Apesar dos contínuos gargalos logísticos reportados pelo Cecafé em seu último relatório, o Brasil exportou 4,3 milhões de sacas (60 kg) de café em março de 2024, um aumento de 38% em relação ao ano anterior. No primeiro trimestre de 2024, 12 milhões de sacas foram embarcadas, alta de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior. Se a situação logística não piorar, as exportações devem continuar acelerando devido à boa colheita de 2023 e ao início da safra de 2024.
Vale destacar o excelente desempenho das exportações brasileiras de conilon no primeiro trimestre de 2024, com um aumento expressivo de 592% em relação ao ano anterior, atingindo 1,9 milhão de sacas. Limitações na oferta global de café robusta, tensões na região do Mar Vermelho e a maior competitividade do conilon brasileiro frente a outras origens são as principais razões por trás desse forte desempenho.
No lado do arábica, as exportações cresceram 28% em relação ao primeiro trimestre de 2023, totalizando 9,2 milhões de sacas.
Com a forte valorização nos preços do café e uma leve queda nos custos de fertilizantes, a relação de troca melhorou consideravelmente em abril. Atualmente, são necessárias 1,9 sacas de café (60 kg) para comprar 1 tonelada de fertilizante (mistura 20-05-20). Essa é a relação de troca mais favorável dos últimos sete anos e indica uma redução de 14% em relação ao ano anterior, quando eram necessárias 2,2 sacas de café.
Entre janeiro e março de 2024, os preços locais do café arábica e conilon valorizaram 2,4% e 11,2%, respectivamente. Influenciados pelos preços globais, especialmente o mercado de café robusta, os preços locais decolaram. Até abril, os preços do café arábica acumularam um aumento de 12,8% em 2024, enquanto o conilon brasileiro disparou 26,8%, atingindo níveis recordes acima de BRL 1.000 por saca.
Com a redução da diferença de preço entre arábica e conilon e considerando o aumento da oferta de café arábica (considerando a colheita 2024/25), esperamos uma redução no uso de conilon nos blends domésticos pelos torrefadores locais.
Em março, os volumes de chuva foram acima da média em todas as regiões produtoras de café, exceto em duas áreas (Três Pontas/MG e Brejetuba/ES). A chuva deve melhorar a fase final de enchimento das cerejas. Apesar de algumas regiões terem experimentado chuvas acumuladas abaixo da média, o Rabobank prevê uma colheita de 69,8 milhões de sacas (60 kg) em 2024/25, um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior. A colheita de arábica deve crescer 8,8%, enquanto o conilon permanece estável. Exceto pelo Cerrado Mineiro (que deve ter uma queda de 23,5% em relação ao ano anterior), outras regiões apresentam boas condições.