Para a entidade que representa os moinhos, resultado de 2019 dependerá da melhora da economia a partir da aprovação da reforma da previdência
A produção brasileira de farinha de trigo totalizou 12,174 milhões de toneladas em 2018, 3,4% a mais que em 2017 (11,774 milhões). A informação foi divulgada, nesta terça-feira (26/3), pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), em encontro com jornalistas, em São Paulo (SP).
“Não é um crescimento significativo, mas estamos crescendo mais que a economia, mantendo os empregos e os investimentos”, analisou o presidente da Abitrigo, embaixador Rubens Barbosa.
O maior volume foi produzido na região Norte e Nordeste: 3,712 milhões de toneladas, praticamente estável em relação a 2017. Em seguida, aparecem os moinhos do Paraná, com 3,47 milhões de toneladas de farinha produzidas, um aumento de 13,2% na comparação dos dois últimos anos.
Santa Catarina e Rio Grande do Sul produziram 2,177 milhões de toneladas de farinha (+1,4%). Os moinhos de São Paulo colocaram no mercado 1,653 milhão (+1,9%). As indústrias da região Centro-Oeste, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, juntas, produziram 1,160 milhão de toneladas (-6,1%).
Pela primeira vez, a entidade que representa os moinhos divulgou dados sobre a extração, o porcentual de farinha obtida a partir do grão processado. Com base nas informações de 160 plantas industriais, a Associação constatou que, no ano passado, essa proporção ficou em 75,9%.
Dados de outubro de 2018 apontam que 56% do trigo processado pelos moinhos brasileiros vão para a panificação. Outros 26% vão para a indústria de massa e biscoitos, 11% para vendas no varejo e 7% para outras finalidades, como produção de farelo e ração animal.
Em relação a 2019, a Abitrigo não especificou o quanto a moagem de trigo pode crescer. Rubens Barbosa sinalizou apenas que a tendência é de aumento na demanda em função da melhora na economia, o que depende, segundo o executivo, da aprovação da Reforma da Previdência, em discussão no Congresso Nacional.
“A tendência é de que a demanda aumente e a moagem aumente. Mas deve haver um crescimento pequeno. Não vai explodir a economia nem o consumo”, afirmou o presidente da Abitrigo. De acordo com a entidade, a capacidade ociosa da indústria, atualmente, é de 25%, o que permite atender “de imediato” uma pressão de demanda vinda do aquecimento na economia.
Pesquisa feita pela entidade no início de janeiro e apresentada aos jornalistas indica uma perspectiva favorável por parte do empresariado do setor. O levantamento foi feito com uma base de 160 plantas industriais entre associadas e não associadas à entidade.
Do total, 30% se disseram muito otimistas, com expectativa de crescimento de mais de 5% na moagem de trigo neste ano. Outros 42,1% responderam estar otimistas, esperando aumento de 1% a 5%. Para 23,6% dos entrevistados, o ano deve ser de estagnação; para 1,4% de redução entre 1% e 5% na moagem de trigo e para 2,9% uma queda superior a 5%.
Fonte: Raphael Salomão