A safra de café do Brasil, maior produtor global da commodity, deve recuar 15% no ano que vem, para 57,4 milhões de sacas de 60 kg, projetou o banco holandês Rabobank nesta segunda-feira, indicando a produção mundial abaixo da demanda esperada para 2021/22. A estimativa fica aquém da projeção dada pelo Rabobank no final do mês passado, quando a instituição via a safra brasileira em 60,7 milhões de sacas. O banco espera ainda que o segundo maior produtor do mundo, o Vietnã, registre uma alta de 5% em sua safra em 2021/22, atingindo 30,3 milhões de sacas, enquanto a safra da Colômbia –terceira maior produtora– deve seguir em 14,4 milhões de sacas. Os analistas da instituição holandesa, grande credora do setor agrícola, veem a produção global de café em queda de 4,5% em 2021/22, para 166,6 milhões de sacas, enquanto a demanda deverá subir 1,8%, para 167,6 milhões de sacas. O Rabobank, no entanto, não vê uma reação forte do mercado ao déficit, afirmando que haverá estoques suficientes da safra anterior para atender à demanda. “Em grande parte, nossa visão é de que –com a produção pouco afetada pela Covid e com a demanda restrita– o mundo levará estoques para o futuro e, dessa forma, os preços seguirão moderados”, disse. O banco acredita que a produção de café deve superar a demanda em 10 milhões de sacas em 2020/21, deixando amplos estoques para amortecer uma queda futura na produção. O Rabobank estimou um recuo de 2% na demanda global no ano-calendário de 2020, devido à pandemia e à atividade econômica reduzida. Alguns analistas esperam uma queda ainda maior de produção no Brasil na próxima temporada, devido à falta de chuvas durante o período de floração. A corretora ED&F Man vê a safra brasileira em torno de 52,5 milhões de sacas, uma queda de quase 23% em relação à estimativa média do mercado para a temporada 2020, de 68 milhões de sacas. Fonte: REUTERS