Os preços do café– tanto os futuros do arábica quanto os do robusta– devem avançar levemente até o final de 2020 na comparação com os valores atuais, apesar de uma visão em geral no mercado que aponta para um excesso de oferta maior na temporada 2020/21, mostrou uma pesquisa da Reuters com nove operadores e analistas nesta segunda-feira.
Os futuros do arábica são vistos fechando o ano a 1,20 dólar por libra-peso, ou 0,9% acima do fechamento de sexta-feira, enquanto os futuros do robusta devem encerrar dezembro a 1.390 dólares por tonelada, ou 3,42% acima do fechamento da semana passada.
“São tempos desafiadores para muitas commodities”, disse o estrategista de futuros Stephen Platt, citando a influência de políticas de estímulo de um lado e o impacto causado pela pandemia de coronavírus de outro.
“O vírus provavelmente ajudou o consumo de café de menor qualidade em consumidores-chave, incluindo o Brasil, enquanto a queda das vendas institucionais em países industrializados foi parcialmente compensada por um maior consumo em casa”, disse ele.
Os especialistas veem o excedente global de oferta de café crescer de 1,85 milhão de sacas de 60 quilos em 2019/20 para 5 milhões de sacas em 2020/21, principalmente devido a uma maior oferta de arábica em meio à menor demanda pela variedade de maior qualidade.
Cafeterias pelo mundo, que ficaram fechadas por meses, usam principalmente grãos de arábica.
Um corretor na Europa disse avaliar que moedas estão influenciando os preços– ele acredita que o real do Brasil tocou mínimas durante a pandemia e deve se recuperar, o que limitaria as vendas futuras do principal produtor global e apoiaria os preços.
Operadores de mercado e analistas também veem consumo em alta para o café robusta devido à elevação das compras em supermercados. Marcas populares no varejo geralmente contêm mais robusta em sua composição. Cafés instantâneos também são produzidos inteiramente com essa variedade.
Eles projetaram o mercado global de robusta com um déficit de 1 milhão de sacas em 2020/21, enquanto esperam que o arábica tenha um excesso de oferta de 5,9 milhões de sacas.
Entre os maiores produtores, a estimativa é de uma produção recorde de 68 milhões de sacas no Brasil em 2020/21, enquanto a produção do Vietnã está projetada em 29,2 milhões de sacas.
Fonte: Reuters (Por Marcelo Teixeira)