Em entrevista, chefe-geral da Embrapa Solos adiantou o lançamento da versão 2.0 do PronaSolos, o Programa Nacional de Solos do Brasil
Segundo a engenheira agrônoma, os solos agrícolas ganharam papel fundamental. “Além dessa questão de segurança alimentar, de renda e participação no nosso PIB, […] eu acho que o grande destaque como os solos agrícolas foi a recuperação das áreas degradadas”, opinou.
De acordo com Brefin, sistemas como plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta e outras boas práticas colocam a agropecuária brasileira como conservadora de carbono no cenário mundial pelo bom manejo de solo.
SOLO COBERTO O ANO TODO
Conforme explicou a chefe-geral da unidade, os solos são o maior reservatório de carbono do ecossistema terrestre. “Se somarmos o carbono da atmosfera e o carbono da biosfera das plantas, tem mais carbono do solo do que no somatório desses dois”, confirmou.
Juntamente com a sua importância como reservatório de carbono, o solo merece cuidados especiais. “O solo deveria ficar coberto a maior parte do ano ou o ano inteiro nos tratos culturais. Então a gente não pode esquecer as boas práticas que o Brasil já vem praticando”, alertou.
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Da mesma forma que serve de reservatório de carbono em áreas bem cultivados, o bom manejo do solo pode recuperar áreas degradadas. De acordo com Brefin, esta é uma oportunidade de o Brasil descarbonizar sua agricultura. “O sistema ILPF, ou rotação de culturas, existe também para o pequeno (produtor). E ele pode fazer com que a gente recupere áreas que estão degradadas, áreas de pasto degradadas, e traga para o sistema produtivo. O importante é manter a matéria orgânica do solo”, reforçou.
Em outras palavras, a agrônomo explicou a importância do bom uso e conservação do solo. “Eu só queria dizer que para formar um centímetro de solo você leva de 300 a 1.000 anos. Para destruí-lo é muito rápido. Então conserve o seu solo, conserve a matéria orgânica”, advertiu.
PRONASOLOS
Em seguida, Maria de Lourdes falou sobre o PronaSolos, o Programa Nacional de Solos do Brasil. A pesquisadora destacou que a iniciativa é uma ferramenta para o produtor concluir o seu primeiro passo para manejar bem o solo. “Na verdade, conhecer os solos é o primeiro passo para manejá-los bem”, sustentou.
Nesse sentido, o objetivo do programa ao longo de três décadas é “mapear os solos de 1,3 milhão de km² do País nos primeiros dez anos, e mais 6,9 milhões de km² até 2048, em escalas que vão de 1:25.000 a 1:100.000”. Em suma, é o que consta no site da plataforma PronaSolos no portal da Embrapa.
Antes de tudo, o programa foi instituído porque “ainda não existe informação de solos em escalas adequadas para o planejamento em âmbito municipal de bacias hidrográficas”, lembrou Brefin.
“Então as pessoas e a sociedade precisam ter as informações de solo. A versão 1.0 dessa plataforma foi lançada em dezembro do ano passado. […] E agora, no início de dezembro, provavelmente dia 06, deve ser lançada a versão 2.0”, adiantou.
fonte: Giro do Boi.