Também tem resistência moderada às principais doenças e reduz aplicações de fungicidas
Pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma cultivar de arroz de ciclo precoce, que utiliza menos água e porte mais baixo, ao permitir maior resistência ao acamamento. A BRS A705 chega para o sistema irrigado, com elevada produtividade e qualidade de grãos, podendo atingir 10 toneladas por hectare.
Com resistência moderada às principais doenças que atingem o arroz, a nova cultivar reduz o número de aplicações de fungicidas nas lavouras. Dependendo do clima e do manejo, ela pode nem necessitar do defensivo. O porte fica entre cinco e dez centímetros menor que as plantas convencionais. O ciclo no Rio Grande do Sul ficou em torno de 120 dias.
A utilização de cultivares de ciclos diferentes, possibilita que o orizicultor realize a semeadura dentro da janela mais indicada, a qual é bem restrita nas áreas de cultivo de arroz. A prática também ajuda a escalonar a colheita de forma que os grãos sejam colhidos dentro da faixa indicada para maximizar a qualidade industrial, com baixos percentuais de grãos gessados e elevada quantidade de grãos inteiros.
Por outro lado, mesmo sendo desejável do ponto de vista técnico, a utilização de cultivares de ciclo precoce somente é implementada pelos orizicultores se as cultivares disponíveis apresentarem elevado potencial produtivo. “Poderá haver alguma redução de produtividade, devido ao ciclo menor, mas que será compensada pela redução dos custos de irrigação, na comparação com cultivares de ciclo mais longo, as quais tendem a ser mais produtivas na comparação com as de ciclo mais curto”, esclarece o pesquisador do Núcleo Temático de Grãos da Embrapa Clima Temperado, Élbio Treicha Cardoso.
Outro ponto que chama atenção na BRS A705 é a menor demanda de quantidade de água para a sua produção, em função do ciclo precoce. “Em média, há uma redução em torno de 8% na demanda de água, tendo como referência uma cultivar de 130 dias de ciclo, da emergência à maturação. Essa economia de água, com elevada produtividade, colabora para a redução de custos, pois, além de menos água utilizada haverá menor demanda de energia para a irrigação, o que ocasiona melhor exploração dos recursos hídricos e energéticos disponíveis”, destaca o cientista da Embrapa.