aboroso e com propriedades calmantes, o maracujá é cultivado em todo o estado. Segundo dados do Sistema Safra/Emater-MG, em 2019 foram produzidas 39,7 mil toneladas da fruta, resultado que coloca Minas Gerais como 4º maior produtor do país. Apesar de se adaptarem melhor em regiões mais quentes, estas plantações também estão presentes em localidades com temperaturas mais baixas.
Para se ter ideia da boa distribuição da fruta, os cinco municípios com maior área cultivada no ano passado foram: Araguari (Triângulo), João Pinheiro (Noroeste), Inhapim (Rio Doce), Carmo do Paranaíba (Alto Paranaíba) e São Vicente de Minas (Sul). Isso acontece por se tratar de um produto muito lucrativo, com geração de renda semanal e ao longo de todo o ano, e de uma produção que pode variar de 10 a 30 toneladas por hectare.
Deny Sanábio, coordenador técnico estadual de fruticultura da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), explica que a cultura do maracujá demanda uma atenção especial à polinização e ao controle de pragas. “Existem algumas doenças, como a fusariose, que podem levar a zero de produção, ou pragas como o percevejo e a mosca das frutas que afetam a qualidade do maracujá”, exemplifica.
Ainda de acordo com ele, a maior parte das plantações mineiras são do chamado maracujá-azedo, muito usado para sucos e doces. Já o maracujá-doce, normalmente consumido puro, representa minoria da área plantada em Minas, mas é bastante lucrativo. “É uma fruta muito boa, mas que é de pouco conhecimento da população. Ela é vendida por cerca de R$ 5 a unidade. Como a produção pode chegar a cerca de 7 mil frutos em um hectare, o lucro é grande”, pontua Sanábio.
Mas não é só a fruta menos conhecida que possui um valor atraente para o produtor. “O azedo também é bastante rentável. Em fevereiro, custava, em média, R$ 8,90 o kg. O produtor que vendeu ganhou muito dinheiro, pois o preço de custo varia de R$ 1 a R$ 2 por kg. Mas esta foi uma situação atípica, já que, em 2019, a média foi de R$ 3,80/kg”, compara o coordenador técnico estadual de fruticultura.
De acordo com a Ceasa Minas, os meses da safra, quando o preço está mais favorável ao consumidor, são abril, maio, junho e julho.