Secretário da pasta diz que desafios são a desburocratização e o fomento a startups para abrir caminhos para a inovação
Utilizar a precisão da agricultura digital para uniformizar o padrão de produtividade no Brasil, tendo como referência as culturas de soja, milho e algodão é a meta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “A agricultura digital é a grande revolução daqui para a frente. Estamos em um limiar de processo de mudança de paradigma da agricultura e pecuária”, afirmou o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, Fernando Silveira Camargo, dedurante o Fórum Regional de Inovação Agropecuária, promovido pela ministério em nesta terça-feira (11/6) em Carambeí (PR).
O fórum antecedeu a abertura da Digital Agro, feira promovida pela Frísia Cooperativa Agroindustrial em parceria com a Fundação ABC, que será realizada nesta quarta e quinta-feira no Parque Histórico de Carambeí com expositores e programação voltada a debater soluções digitais integradas para o campo.
Essa foi a primeira edição do fórum, que deve acontecer em todas as regiões do país com o objetivo de mapear demandas e compor uma pauta para a promoção de um evento nacional em 2020.
Entre os desafios apontados por Camargo para a agricultura digital estão a desburocratização e o fomento a startups e a projetos que possam contribuir para o fortalecimento do ecossistema necessário para a inovação.
Na visão de Filipe Cassapo, gerente de Inovação do Sistema Fiep-PR, entre as diretrizes para desenvolver o ambiente regional de inovação é preciso simplificar as regras para o empreendedor iniciante e estimular a parceria público-privada. “O governo precisa capitalizar fundos de investimentos”, acrescentou, durante um dos painéis.
Já o diretor de Operações do Sebrae-PR, Júlio Cezar Agostini, acredita que é necessário investir em conhecimento aplicado, por meio da implantação de centros de pesquisa com padrão internacional.
O evento contou com três painéis voltados ao tema e reuniu representantes de universidades, cooperativas, iniciativa privada e setor público.
Demandas
Uma série de demandas em inovação foram apontadas durante o evento, entre elas a necessidade de acesso a informações, gestão financeira, orientação e consultoria para aumento de produtividade. Além disso, a conectividade e a expansão da rede de internet no campo e a criação de soluções adequadas ao público-alvo. “A ideia deve ser simples e aplicável para poder ser assimilada pelo produtor rural”, enfatizou Emerson Moura, CEO da Frísia Cooperativa Agroindustrial, que também defendeu a abertura de linhas de crédito específicas para a inovação do setor.
Segundo o secretário Fernando Camargo, não dá para falar em investimentos para a área sem a aprovação da Reforma da Previdência. “O Brasil quebrou. Neste momento, a gente tem que ter engenho e arte para fazer essas coisas. Não existe dinheiro para um grande investimento em inovação. Primeiro, temos que fazer o dever de casa e resolver o problema fiscal do país”, considerou.
A próxima edição do Fórum de Inovação Agropecuária deve acontecer em Natal (RN). “Cada evento como esse nos dará ideias e obrigações, teremos subsídios e impressões vindos de regiões completamente diferentes do Brasil”, frisou Camargo.
Fonte: Globo Rural