O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e responsável pela gestão da vacinação contra a brucelose no Estado realiza a campanha de orientação a produtores rurais sobre a imunização.
A vacinação é obrigatória e deve ser feita em rebanhos fêmeas bovinas e bubalinas com faixa etária de três a oito meses, a cada seis meses. A comprovação da vacinação deve ser entregue até o dia 30 de junho.
Para Deise Macedo, médica veterinária e fiscal agropecuária do IMA, a imunização demonstra a conscientização dos produtores rurais. “A brucelose é uma zoonose que pode ser transmitida para o homem causando sérios riscos a sua saúde. A imunização das bezerras impede que ocorra a transmissão e disseminação da doença no rebanho, bem como contaminação de produtos de origem animal como leite e carne, perdas econômicas no plantel que giram em torno da queda da produtividade (menor produção de leite, baixos índices reprodutivos, aumento no intervalo entre partos, morte de bezerros precocemente) ”, salienta Deise, destacando também que a imunização é importante para manutenção de um bom índice de vacinação das bezerras para o avanço da erradicação da doença no estado de Minas Gerais.
Luciana Oliveira, médica veterinária e coordenadora do PNCEBT no IMA, alerta sobre a importância da vacinação contra a brucelose em todas as fazendas, independente do perfil produtivo. “Seja nas propriedades leiteiras ou de corte, todas as bezerras precisam ser vacinadas para estarem protegidas contra a doença”, reforça.
Como a imunização das bezerras é feita por meio de uma vacina viva atenuada, explica Oliveira, a atividade somente pode ser realizada por médico veterinário cadastrado no PNCEBT ou por vacinador sob sua responsabilidade. “No PNCEBT temos aprovado o uso de dois tipos de vacina, a B19 e a RB51. A grande diferença entre as duas é exatamente a não interferência dos anticorpos vacinais no diagnóstico de brucelose quando se utiliza a RB51. Lembrando que as fêmeas vacinadas com a B19 deverão ser marcadas no lado esquerdo da face com o algarismo final do ano da vacinação. Já as fêmeas vacinadas com a RB51 deverão ser marcadas no lado esquerdo da face com a letra V. Na prática, para as vacinações realizadas em 2021, a marca a ser utilizada nas bezerras é a do número 1”, frisa.
A compra da vacina contra brucelose somente é permitida mediante apresentação do receituário, emitido por médico veterinário cadastrado que fica retido no estabelecimento comercial. A vacina adquirida deve ser mantida entre dois e oito graus centígrados do momento da compra até a vacinação das fêmeas.
Declaração
O produtor é obrigado a declarar a vacinação contra brucelose ao IMA, de acordo com a legislação. Ao final de cada semestre, o produtor tem até o 10º dia do mês subsequente para realizar a entrega dos atestados de vacinação contra brucelose ao IMA. Na prática, as vacinações realizadas no primeiro semestre deverão ser declaradas ao IMA até o dia 10 de julho. Já as vacinações do segundo semestre, declaradas até o dia 10 de janeiro.
O IMA recomenda que os atestados de vacinação contra brucelose sejam prontamente entregues (ou enviados) ao escritório, após a vacinação. O produtor que não vacinar contra brucelose é passível de ser multado no valor de 25 Ufermgs o que equivale a R$ 98,6/bezerra, tendo como base o número de fêmeas de 0 a 12 meses da última declaração prestada ao IMA em ficha cadastral. Já o produtor que deixar de declarar a vacinação contra brucelose ao IMA está sujeito a multa em 5 Ufemgs, valor de R$ 19,72/bezerra.
Exames brucelose e tuberculose
Dentre as atividades do PNCEBT, é também obrigatória a apresentação de exames negativos de brucelose em determinadas situações, a exemplo do trânsito com finalidade de reprodução para outros estados. “As fêmeas vacinadas entre 3 e 8 meses com a vacina B19 somente poderão ser submetidas ao teste de diagnóstico de brucelose a partir dos 24 meses de idade, quando os anticorpos vacinais já não estarão mais presentes no organismo do animal, evitando a ocorrência de resultados falso positivos”, esclarece a médica veterinária.
Já para a tuberculose, que nos animais não tem tratamento ou vacina, é recomendado que só sejam adquiridos animais mediante apresentação de exame negativo. A mesma medida deve ser utilizada para brucelose, evitando-se a forma mais comum da introdução das doenças nos rebanhos.
Colaboração e corresponsabilidade
A coordenação do PNCEBT na Gerência de Defesa Animal vem organizando reuniões on-line com as coordenadorias e escritórios do IMA em todo o estado. O objetivo é revisar os procedimentos recomendados para aumento dos índices de vacinação contra brucelose nos municípios e acompanhar regularmente as atividades realizadas pelos servidores. “E, ainda, incentivar a divulgação e discussão sobre o assunto por meio de videoconferências entre os servidores dos escritórios e os médicos veterinários cadastrados e vacinadores de cada região,” anuncia.
A servidora comenta que o esforço da coordenação é manter, mesmo no período de trabalho remoto, uma comunicação participativa, direta e clara em busca da padronização das atividades e da aplicação das correções de problemas ou obstáculos que forem surgindo. “Para tanto, contamos com o interesse e empenho de todos para mobilização dos produtores, estabelecimentos que vendem vacina contra brucelose, médicos veterinários autônomos cadastrados, vacinadores e prefeituras, mesmo com as limitações do período pandêmico atual”, convoca.
Saúde Pública
Vacinar as bezerras contra brucelose, doença que causa impacto na saúde pública e na economia do estado é essencial para manutenção da sanidade de nossos rebanhos e a qualidade dos produtos de origem animal, argumenta Luciana. “A brucelose é uma das causas de perdas econômicas na pecuária, já que pode provocar queda na produção de leite, perda de peso dos animais e aborto. A doença é causada pela bactéria Brucella abortus, sendo classificada como uma zoonose, pois pode ser transmitida do animal infectado para o ser humano”, esclarece.
Para mais informações sobre a brucelose, clique aqui e consulte a cartilha elaborada pelo IMA.