Rebanho bovino de corte cresce 2,6%, enquanto o gado misto e leiteiro oscila negativamente. A produção de ovos mantém trajetória de alta e a oferta de suínos se recupera.
A produção pecuária do Estado de São Paulo não apresentou grandes alterações nos últimos anos, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA). A área total de pastagem apresentou queda de 2,8%, atingindo 6,7 milhões de hectares, provavelmente em função da perda de área para a produção vegetal. Os dados são do segundo levantamento das previsões de produção animal realizado entre 1 e 20 de novembro de 2018.
De acordo com o levantamento, o número total de bovinos é de 10,4 milhões de cabeças, praticamente o mesmo registrado em 2017, afirmam Carlos Nabil Ghobril e Carlos Roberto Ferreira Bueno, pesquisadores do IEA. Os dados desagregados mostram que o número de bovinos de corte apresentou aumento de 2,6%, totalizando 6,4 milhões de cabeças; enquanto os bovinos destinados à produção de leite foram reduzidos em 6,6%, resultando em 1,1 milhão de cabeças. A categoria gado misto também apresentou queda (-6,2%), atingindo 2,8 milhões de cabeças.
“Nos últimos anos, o rebanho paulista de bovinos vem oscilando na casa dos 10 milhões de cabeças. Contudo, a demanda do setor de beneficiamento (laticínios e frigoríficos) e o volume oferecido pelos produtores têm apresentado dificuldades de se ajustar. A queda no número de animais da categoria misto, sem a especialização no ganho de peso ou na produção de leite, parece refletir a dificuldade de lidar com margens de retorno menores; da mesma forma, o segmento leiteiro também reduziu seu plantel. Os custos fixos e variáveis crescentes e a concorrência com o leite importado de outros estados são os principais obstáculos à permanência na atividade dos pequenos e médios produtores”, afirmam os pesquisadores.
O plantel em números
Em 2018, foi estimado que 3,7 milhões de cabeças estavam prontas para o abate, representando potencialmente uma oferta de 945,5 mil toneladas de carne bovina, praticamente o mesmo estimado em 2017. No mesmo período, a produção leiteira foi de aproximadamente 1,7 bilhão de litros, aumento de 7% em relação ao ano anterior. “O produtor de leite paulista está mais especializado e conseguiu aumentar o rendimento de litros por animal por meio da melhoria dos índices de produtividade ligados à genética, nutrição animal e também pela melhor gestão da atividade”, explicam Nabil e Bueno.
A produção de aves para postura está estimada em cerca 51,9 milhões de cabeças e a produção de ovos totalizou 1,2 bilhão de dúzias, volume 8,8% maior que o apresentado em 2017; enquanto as aves para corte totalizaram 591 milhões de cabeças, equivalendo a uma oferta de 1,3 milhão de toneladas de frango, em peso vivo, que representa um decréscimo de 11,1% sobre o volume do ano anterior. A previsão do efetivo de suínos é da ordem de 894,2 mil cabeças. Os animais previstos para o abate totalizaram 1,3 milhão de cabeças, resultando em produção de 103,9 mil toneladas de carne, aumento da ordem de 8,4 %, recuperando a queda na produção de carne suína verificada em 2017.
“A crescente necessidade de melhora nos índices de produção e econômicos para cada cadeia (bovinos, aves e suínos) pode estar retirando da base de produção unidades produtivas que não conseguem acompanhar as exigências de cada segmento. A produção de outros estados que complementa a demanda paulista é outro fator que pode atuar de forma indireta na estabilidade dos números da pecuária paulista, aliada a uma demanda altamente dependente da renda em se tratando do complexo de proteínas animais”, concluem os pesquisadores.
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