IAC avalia uso do nitrogênio em plantas jovens do cafeeiro

A pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico (IAC) realizou uma pesquisa sobre a nutrição nitrogenada em plantas jovens de cafeeiro. A ideia é definir a relação das plantas com o nitrogênio, favorecendo o crescimento e elevando a eficiência do uso do nutriente para um manejo produtivo e rentável.

O estudo apresentou que o crescimento da planta foi favorecido nos tratamentos com nitrogênio variando a relação deste nutriente na forma de amônio e nitrato, gerando aumento da biomassa. A pesquisa também revelou que o tratamento composto por 50% de nitrato de cálcio e nitrato de amônio elevou a taxa fotossintética da planta, fazendo-a crescer mais e, possivelmente, apresentar maior produtividade de grãos e qualidade de bebida.

A aluna Natalia Fernandes Carr, orientada pelo pesquisador do IAC, Dirceu de Mattos Junior, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, analisou quatro métodos de suprimento do nitrogênio. Todos os tratamentos aplicados continham a mesma proporção entre nitrogênio, potássio e cálcio, além dos demais elementos essenciais para o desenvolvimento da cultura. “A única diferença entre os quatro tratamentos determinados para essa pesquisa foi a relação entre as formas iônicas de nitrogênio, que podem ser assimiladas pelas plantas, como nitrato ou amônio”, explica.

O experimento foi realizado com plantas jovens de café em período vegetativo por 90 dias. Logo não foi possível obter respostas quanto à produtividade, pois o café tem um período vegetativo de aproximadamente três anos antes da primeira produção de grãos. “Entretanto, com base em nossos resultados, os tratamentos com iguais proporções de nitrato e amônio ou maior relação de nitrato, indicam que seria possível ter aumento significativo na produtividade de grãos, devido ao incremento fotossintético e da biomassa formada nesses tratamentos”, avalia.

Segundo Natalia, ainda são necessários outros estudos visando à produção de grãos para confirmar a melhor relação de nitrato e amônio suficiente para o desenvolvimento da cultura com o máximo de aproveitamento. “Isso porque, nessa fase, a extração e exportação de nutrientes são importantes e provavelmente destacará ainda mais a importância da boa relação, favorecida por maior proporção de nitrato comparada ao amônio, como já verificada nesse primeiro estudo”, explica.

Atualmente, as principais fontes de adubação do cafeeiro são as nitrogenadas utilizadas em produção comercial com ureia e sulfato de amônio. Devido à alta concentração de nitrogênio e ao baixo custo, a ureia é a fonte nitrogenada mais usada pelos agricultores.

A pesquisa no IAC buscou determinar a relação ideal entre nitrato e amônio, favorecendo um equilíbrio para o desenvolvimento da cultura e a redução da acidificação do solo, além de aumentar a eficiência do uso do nutriente, possibilitando um manejo sustentável da produção. “As pesquisas com plantas em períodos reprodutivos se tornam importantes para confirmar a viabilidade fisiológica e econômica da alteração na adubação utilizada comumente pelos produtores”, concluiu Natalia.

 

Related posts

Enchentes no RS reduzem expectativa de produção de soja

Secretaria de Agricultura de São Paulo participa da inauguração de laboratório de pesquisas em Mogi Mirim.

Colheita do milho é impactada pelas fortes chuvas no RS

Usamos cookies para melhorar sua experiência no site. Leia Mais