EMATER-MG faz levantamento das agroindústrias familiares de minas gerais

Informações mais precisas sobre o cenário socioeconômico da agroindústria mineira. Esse é um dos principais objetivos do Safra Agroindústria. O sistema eletrônico foi desenvolvido pela Emater-MG e apresenta dados importantes sobre o setor, que podem auxiliar na implantação de políticas públicas.

“A agroindústria de alimentos da agricultura familiar ocupa um lugar de destaque na cadeia produtiva do estado de Minas Gerais. Neste cenário, o desenvolvimento de um sistema de levantamento de dados referentes a essas agroindústrias torna-se essencial para o conhecimento da produção de alimentos do Estado”, diz a coordenadora estadual Laura Peres de Castro Penna.

O sistema é atualizado a cada semestre. Os dados são referentes aos municípios conveniados com Emater-MG e o levantamento das informações é feito pelos técnicos da empresa.

O Safra Agroindústria traz o número total de agroindústrias, número de agroindústrias familiares individuais e coletivas, número de agroindústrias não familiares e o total de agroindústrias familiares legalizadas sanitariamente. É possível saber também a produção estimada da agricultura familiar.

De acordo com a equipe responsável pelo sistema Safra Agroindústria, são consideradas agroindústrias as unidades de processamento de alimentos que realizam qualquer tipo de ação (produza, beneficie, prepare, transforme, manipule, fracione, receba, embale, reembale, acondicione, conserve, armazene), visando a comercialização regular dos produtos.

“As exceções são as aves, pescado e carnes, que devem ser abatidas em abatedouros/frigoríficos ou em instalação específica para serem lançadas no sistema como agroindústrias”, explica Laura Penna.

O Sistema Safra Agroindústria é composto por 12 categorias: carnes, frutas, cana-de-açúcar, mandioca, milho, mel, quitanda, hortaliças e condimentos, leite, queijos artesanais, café e ovos.

“Foi identificada uma a grande diversidade de produtos elaborados pela agricultura familiar e a necessidade de um amplo trabalho técnico para estudar as características das agroindústrias de pequeno porte no estado, identificando com maior detalhamento os dados qualitativos e quantitativos desses empreendimentos”, comenta a coordenadora estadual.

Agroindústria mineira em números 

De acordo com a Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), a atividade agroindustrial de pequeno porte está em expansão no meio rural, sendo uma alternativa de renda importante para a agricultura familiar.

O levantamento foi feito em 742 municípios. O total de agroindústrias é de 36,6 mil, sendo 33,9 mil estabelecimentos familiares. Desse total de agroindústrias familiares, 33,3 mil são individuais e 686 agroindústrias familiares coletivas. A pesquisa ainda registrou 2,3 mil indústrias não familiares e 289 agroindústrias que prestam o serviço para os agricultores familiares.

O destaque fica por conta da cadeia produtiva do leite: são 11,4 mil agroindústrias familiares individuais – com 7,3 mil voltadas para a produção específica de queijos artesanais, e 29 agroindústrias familiares coletivas. Em segundo lugar está a mandioca, com 5,2 mil agroindústrias familiares individuais e 293 coletivas. A cadeia produtiva da cana-de-açúcar aparece em terceiro lugar com um total de 4,1 mil de agroindústrias familiares individuais e 76 coletivas.

Do total de agroindústrias familiares individuais e coletivas, cerca 17,5 mil processam produtos de origem animal e 16,4 mil produtos de origem vegetal. A produção das agroindústrias familiares de Minas Gerais é cerca de 200 mil toneladas por ano. Destaque para a produção de derivados de cana-de-açúcar (cachaça, rapadura, açúcar mascavo e melado), com 67,1 mil toneladas por ano. Em seguida, está a produção de leite e derivados com 61 mil toneladas.

Em 2018, Renato Saraiva Diniz conseguiu o registro da sua agroindústria junto ao Instituo Mineiro de Agropecuária (IMA). Foram três anos para legalizar o seu estabelecimento agroindustrial: o Lacticínio Dona Tota, que fica em Esmeraldas, na região Central de Minas Gerais. No espaço é produzido queijo Minas Frescal. São 140 quilos por dia. Tudo vendido no município vizinho de Betim.

Para obter o registro do IMA, Renato construiu uma nova agroindústria para atender as exigências do órgão estadual. “Eu comecei a fazer uma pequena produção. Foi a Emater quem me orientou para fazer a legalização”, lembra o produtor. Segundo Renato, o principal benefício é que “se tiver uma fiscalização, eu não terei a retenção dos meus produtos. Além disso, tenho a minha consciência limpa”, diz.

O produtor recebeu todas as orientações técnicas para a regularização da sua agroindústria. O projeto das novas instalações foi elaborado pela Emater-MG. Também foram adquiridos novos equipamentos.

“Fizemos o acompanhamento de todo o processo junto ao IMA, desde a preparação dos documentos, respostas ao IMA, assistência técnica na produção do queijo, rotulagem dos produtos, análise de viabilidade financeira, sistema de tratamento de dejetos da residência”, conta o coordenador regional técnico da Emater-MG em Sete Lagoas, Clóvis Públio Alves Júnior.

Segundo ele, o benefício para o produtor é “poder acessar mercados formais privados e institucionais. Os estabelecimentos comerciais nas cidades maiores não compram produtos “clandestinos”, diz.

Ascom Emater-MG

Jornalista: Sebastião Avelar

Tel: 31 3349-8132

e-mail: avelar@emater.mg.gov.br

www.emater.mg.gov.br

Fotos: Arquivo Emater-MG

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