É importante o diagnóstico correto dos problemas da lavoura de café

J.B. Matiello e Lucas Bartelega – Engs Agrs Fundação Procafé e J.R Dias, Lucas Franco e Hernane de Souza- Engs Agrs Fdas Sertãozinho

Nem tudo que parece é. Vale esse dito popular, quando se trata de diagnosticar problemas, que aparecem nas lavouras de café. O diagnóstico correto, visando identificar a causa real do problema, deve considerar os vários aspectos ligados à ocorrência.

Os problemas na lavoura cafeeira podem ser agrupados de acordo com 4 origens, sendo: a) de natureza física ou mecânica; b) de origem química; c) de origem biológica e d) de natureza fisiológica. Como se conhece, cientificamente, são os chamados fatores bióticos e abióticos.

O diagnóstico de problemas nos cafezais deve ser feito, inicialmente, pela observação visual das plantas e das suas partes, verificando os sintomas ou sinais que aparecem. Essa verificação deve começar pela lavoura como um todo, depois passando ao exame das plantas e de suas partes, as folhas, ramos, frutos e as raízes.

A visão geral permite identificar o modo como o problema vem ocorrendo, se em toda a lavoura, se em todas as plantas, ou em reboleiras de plantas ou, então, ao acaso. Esse modo de ocorrência já dá uma pista sobre o problema. Assim, por exemplo, doenças, no geral, evoluem em reboleiras. Queima por adubos aparecem mais em algumas plantas salteadas.

Nessa observação inicial deve-se procurar a correlação dos problemas com a condição local, com manchas de solo, com a situação de relevo, face da lavoura e das plantas, etc. Deve-se, também, levantar os produtos e as práticas de manejo que foram utilizados recentemente, pois eles podem estar correlacionados com sua ocorrência. No mesmo sentido devem ser obtidos os dados de clima e problemas climáticos registrados em período próximo passado.

A diagnose visual deve, sempre que necessário, ser complementada por análises de materiais coletados, das plantas ou do solo, que são enviados aos laboratórios, para exame fitopatológico ou análise química, dando base mais segura ao diagnóstico final e, em seguida, dará origem às recomendações, para a superação dos problemas, através do emprego de práticas adequadas.

Três problemas ocorreram, recentemente, e são exemplos da necessidade de um diagnóstico correto. Primeiro foram botões enegrecidos que podem ter sido identificados como causados por ataque de fungos, como a Phoma. Ocorre que o período vinha muito seco e quente, portanto, não propicio à evolução dessa doença, cujo ataque, deveria, também, estar presente nas folhas. Então, a causa real pode ter sido falta de água. Segundo, o que ocorre todos os anos, consiste numa queda de frutos, maiores e menores, que é associada ao ataque de fungos, quando, na realidade, é um problema fisiológico, ligado às reservas da planta. Nesses frutos caídos, lesões escuras, que aparecem, especialmente na região onde o fruto se desprendeu do ramo, são provocadas por fungos secundários, saprófitas. Terceiro são queimas de folhas e ramos, que aparecem como se fosse uma bacteriose e quando se verifica, mais detalhadamente, podem estar ligados a uma causa física/química, por exemplo, um excesso de sais, por adubação, ou por aplicação de defensivos.

 

 

Related posts

Produtor tem nova opção para armazenar algodão no campo

Clima favorece a colheita do feijão

Arrozeiros doam diesel para produtores gaúchos atingidos pelas enchentes

Usamos cookies para melhorar sua experiência no site. Leia Mais