Dia Internacional do Café: origem e força econômica do grão mais brasileiro do mundo

O primeiro dia de outubro celebra a cultura e sua relevância econômica e social para o Brasil

Em especial no Brasil, o Dia Internacional do Café é um momento onde o grão de origem Africana, amado pelos brasileiros, ganha o seu devido reconhecimento.

A data foi instituída em 2015, através de 49 países membros da Organização Internacional do Café (OIC), com o objetivo de, entre exportadores e importadores, celebrar mundialmente o café. 

O Café no Brasil  

Com 36 regiões produtoras, desde a chegada do grão até os dias atuais, o Brasil possui uma diversidade de aromas que reforçam a relevância do país para a produção mundial de café. São duas espécies que dividem a produção brasileira, o Arábica e o Robusta. São 14 indicações geográficas que destacam como o café se tornou uma das bebidas mais brasileiras do mundo

Tradicionalmente consumido por milhares de brasileiros, o bom e velho cafezinho cumpre desde sempre um papel socioeconômico de muito destaque, impactando a vida de milhares de famílias. Tanto que o país segue indiscutivelmente há anos na liderança no ranking mundial, como maior produtor e exportador do grão, além de ser o segundo maior consumidor da bebida mundialmente. 

A chegada do café no Brasil  

Em 1727, a primeira muda de café chegou clandestinamente ao Brasil, trazida da Guiana Francesa pelo Sargento-mor Francisco de Melo Palheta. As primeiras plantações foram no Pará, mas, com o clima desfavorável, o café chegou ao Rio de Janeiro em 1781 e rapidamente se espalhou pelo Sudeste.

Na pintura, Francisco de Melo Palheta planta o café em solo brasileiro. Museu do Café

Ao alcançar Minas Gerais, deu início ao “Ciclo do Ouro Verde”, impulsionando o progresso do império e da Primeira República (1889-1930), além de expandir-se pelo interior de São Paulo.

A alta produtividade do grão impulsionou a construção das primeiras estradas de ferro e, no século XIX, o Brasil já produzia 60% do café mundial. Nesse período, o café se tornou um dos pilares da economia, contribuindo para a urbanização de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, além de fortalecer o sistema bancário do país.

Registros que mostram o tempos áureos do café durante o império em Minas Gerais 

O café na balança comercial brasileira

café sempre teve uma relevância econômica para o Brasil, que perdura até os dias atuais. Nas últimas décadas aumentou sua produtividade em 400% e saiu de seis sacas por hectare nos anos 60 para cerca de 34, 33 sacas por hectare nos dias atuais, segundo dados do Cecafé

“Nós reduzimos a área plantada em 55%, hoje em 2,1 milhões de hectares, ou seja, liberamos espaço para preservação ambiental e para outros cultivos agrícolas”, explica o Diretor Geral do Cecafé, Marcos Antonio Matos.

No entanto, a importância significativa do café, é hoje tanto do ponto de vista econômico, como também social e ambiental para o Brasil. O país tem números pujantes no setor.

Em todas as regiões cafeeiras o Brasil conseguiu aumentar sua produtividade  

São cerca de 300 mil produtores e 72% deles com menos de 20 hectares. Em números 40% do café do mundo é brasileiro. Em média, por ano, o Brasil exporta U$9 bilhões de dólares e, esse café vai para pelo menos 150 destinos diferentes. A cada ano o Brasil supera sua eficiência produtiva, no último ciclo, por exemplo, mesmo enfrentando dificuldades climáticas, o país produziu 322,8 milhões de toneladas.  

A responsabilidade socioambiental do setor cafeeiro

Os aspectos sociais e ambientais da cafeicultura brasileira são questões estabilizadas há um bom tempo.  Dados da Embrapa Territorial, mostram que onde há o cultivo da planta, os níveis de preservação estão acima das exigências do código florestal brasileiro.

“Onde o café está presente, o Índice de Desenvolvimento Humano, que é medido pela escolaridade, renda e expectativa de vida, são mais altos, ou seja, o café gera progresso humano. E ambientalmente, só nas regiões de Minas Gerais, analisando as vegetações preservadas, temos 1.25 vezes o tamanho da Suiça”, destaca Matos.

Além disso, o patrimônio florestal preservado pelos produtores brasileiros têm colaborado para um balanço de carbono negativo, tanto se tratando do café arábica como de Conilon.

O carbono negativo já é realidade entre as duas variedades de café no Brasil

“No caso do café arábica, usando boas práticas chegamos a menos de 10,5 toneladas de óxido de carbono equivalente por hectare. No caso do conilon, de acordo com a mudança do uso do solo e com boas práticas, chegamos a menos 8 toneladas de óxido de carbono por hectare, ou seja, o café é um agente de mitigação das anomalias climáticas” ressalta Marcos.  

Todos os aspectos também projetam o café brasileiro com potencial de geração de milhões de postos de trabalho, não só no meio rural, como também na indústria e logística do Brasil.

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