Colheita seletiva do café é facilitada com mecanização

Aproximando-se o período de colheita do café é importante destacar que a colheita seletiva
dos frutos pode ser muito facilitada e mais econômica, quando realizada mecanicamente.
A colheita seletiva do café é relevante, pois visa colher o máximo de frutos maduros e o
mínimo de verdes, para, com isso, obter o maior rendimento de grãos e, ainda, resultar n’uma
melhor qualidade dos cafés.

Tradicionalmente, a colheita de café no Brasil vem sendo feita por derriça, manual ou
mecanizada, com uma só passada, o que reduz os custos da operação. A colheita manual seletiva é
pouco praticada no país, diferentemente do que ocorre na Colômbia e América Central, onde são
realizadas 10-15 passadas por ano, coletando frutos maduros na lavoura.

Nas condições da cafeicultura brasileira ocorre um período frio e seco no inverno, induzindo
floradas mais concentradas, na retomada das chuvas. Mesmo assim, na época da colheita, a presença
de diversos estágios de maturação dos frutos dificulta a operação. Se efetuada muito cedo a colheita
vai resultar muito café verde e se tardia haverá boa parcela de frutos secos e, já, maior quantidade
caída no chão.

A colheita seletiva feita manualmente fica muito onerosa e só seria indicada em caso de
produção de cafés especiais, ou em lavouras novas, de 1ª e 2ª safras, onde ainda é mais fácil. Já, na
colheita mecanizada, tem sido viabilizado o uso da máquina, em 2-3 passadas, com bons resultados
na obtenção de pequena parcela de frutos verdes. Também é possível a colheita seletiva com uso da
derriçadeira motorizada, de operação manual, embora essa alternativa venha sendo muito pouco
usada. Em ambos os casos, a operação deve ser feita de forma mais leve em cada passada,
principalmente na primeira.

No caso da colhedeira mecanizada, automotriz ou tracionada, a colheita seletiva consiste em
passar a colhedeira, na primeira passada, na condição que ainda possa existir cerca de 50% de frutos
verdes e, normalmente, cerca de 30 dias após, observando antes como está a maturação na lavoura,
faz-se a segunda e existem alguns produtores que chegam a fazer a terceira. Quanto à regulagem da
máquina existem, também, alternativas. Ou se emprega uma boa vibração e opera-se com
velocidade maior, de cerca de 1600 m por hora, nas duas passadas, ou se coloca uma vibração um
pouco menor na primeira e opera-se com velocidade menor, de cerca de 800-1000 m por hora. Isto
é uma indicação, mas, na prática, o ideal é fazer um teste prévio, para ver como, naquela área
específica, está rendendo em quantidade derriçada e como está a composição da maturação dos
frutos. Também é indicado deixar o freio da máquina um pouco mais solto nessa colheita seletiva.

Resta destacar que a colheita mecanizada seletiva é mais viável e adequada ao cafeicultor
que possua seu próprio maquinário, já que máquinas de aluguel dificultam em termos de logística,
porém, tratando-se de aluguel em um maior período, também é possível.

Fonte: Procafé

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