Foi observada, em campo, brotação mais rápida da ramagem de cafeeiros, no pós-poda de
esqueletamento, por efeito de irrigação.
A poda de esqueletamento em cafeeiros, visando zerar a safra, vem sendo muito utilizada
na cafeicultura brasileira de café arábica. Ela apresenta vantagens de concentrar alta produtividade
das plantas, em certos anos, normalmente a cada 2 anos, e zera a safra baixa, com isso trazendo
economia, na colheita e nos tratos. Acontece que, com a poda, a planta de café fica sem a folhagem
e a ramagem fina, com isso, sem energia, ocorre morte de raízes.
As plantas podadas precisam retomar a brotação mais rapidamente, para que a nova
ramagem produtiva possa crescer, sendo importante o maior tamanho dos ramos e,
consequentemente, o maior número de nós por ramo, para que haja maior produtividade em seguida.
A redução das reservas de energia da planta e a morte de raizes influi nessa brotação.
Normalmente as lavouras que vão ser podadas e, mesmo, após às podas, recebem menos
cuidados, pois possuem menor área vegetativa. No entanto, sabe-se que os cafeeiros que vinham
recebendo bons tratos mostram recuperação mais rápida das brotações pós-poda.
Em observação recente, foi verificado, também, o efeito da irrigação na antecipação da
brotação em cafeeiros podados por esqueletamento. Em dois talhões de lavouras, da cultivar Catucai
amarelo 24/137, lado a lado, esqueletados na mesma época, o talhão que vinha recebendo irrigação
brotou sua ramagem mais rapidamente. Isso indica que a provável maior preservação, de reservas
e de raízes, das plantas podadas, por efeito do suprimento de água, ativou a brotação da ramagem.
J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e Lucas Franco, Lucas H. Figueiredo e José Emanuel A. Pinto – Engs Agrs
Fdas Sertãozinho