Boas Práticas Agrícolas: aumento da eficiência produtiva com melhor custo-benefício

Para Claudia Silveira, da Fazenda Urutau, localizada em Antonio João no Mato Grosso do Sul, adotar o que os especialistas chamam de Boas Práticas Agrícolas ajuda muito na redução de prejuízos e aumenta a rentabilidade do negócio. Com a utilização desse método a eficiência do trabalho é preservada, maximizando os resultados e minimizando as perdas, o que gera um melhor custo-benefício ao produtor rural.

A engenheira agrônoma tem mais de 20 anos de experiência na agricultura e conta que no começo da sua vida profissional errou bastante: “Já ocorreu de perder eficiência do produto por aplicar muito cedo, com grande quantidade de orvalho na planta, bem como realizar pulverização com umidade relativa do ar muito baixa (fora do recomendado) e o produto não ser absorvido pela planta e ou praga alvo, acarretando em um controle ineficiente e tendo que repetir a aplicação”, relata.

Hoje, os 1800 hectares que ela cultiva produzem bem, pois ela aprendeu
a se adequar às necessidades do seu cultivo, conforme o objetivo planejado, considerando as tecnologias oferecidas pelo mercado e levando em consideração o horário, a velocidade do vento e demais condições climáticas, para saber se a aplicação do produto vai ser realmente eficiente. “Dessa forma, não pensamos apenas na rentabilidade da lavoura, mas também na segurança dos trabalhadores, respeitando os cultivos vizinhos e colaborando com a preservação do meio ambiente”, reforça Claudia.

Com desenvolvimento de projetos de extensão por todo país, os produtores passaram a perceber que é possível ter uma boa produtividade da lavoura sem comprometer a saúde dos funcionários e sem prejudicar o meio ambiente. O objetivo principal deste trabalho é auxiliar agricultores no gerenciamento adequado do seu cultivo, buscando total eficiência do negócio.

“Há um grande esforço de iniciativas privadas, em parceria com o meio
acadêmico para educar o produtor sobre a importância da utilização
correta dos herbicidas”, comenta Jair Maggioni, coordenador da Inciativa
2,4-D, programa que acontece desde 2014 e que já realizou mais de 200
palestras em 13 Estados, contando com a participação de mais de 9 mil
agricultores, técnicos e operadores de equipamentos. “Ações como esta
têm produzido resultados positivos, reforçando a mensagem da importância dos cuidados na realização de um manejo sustentável que
contribua para o aumento na produtividade e rentabilidade da lavoura,
além de preservar a saúde das pessoas envolvidas e o meio ambiente”,
complementa.

O conceito de Boas Práticas Agrícolas vai muito além da utilização dos requisitos agronômicos tecnicamente estabelecidos. É necessário analisar o processo produtivo como um todo, levando em consideração fatores externos que muitas vezes interferem diretamente no planejamento da atividade, mas podem ser amenizados se forem corretamente administrados.

“Seguindo as premissas principais seguramente teremos um ganho de
qualidade em todo o processo”, comenta o Professor Ulisses Antuniassi,
professor da Unesp (Botucatu) e especialista em Tecnologia de
Aplicação. “No caso dos defensivos agrícolas, por exemplo, o momento
correto para utilizar o produto, que envolve parâmetros meteorológicos
e condições climáticas ideais como temperatura, umidade, vento, além
do uso correto das técnicas de aplicação, a escolha correta das pontas de pulverização, que tem uma contribuição expressiva no sucesso e na qualidade da aplicação do produto, o volume de calda e definição dos tamanhos das gotas, são ações essenciais para que se tenha um melhor desempenho e segurança na aplicação dos produtos, colaborando assim com a eficiência do processo produtivo”, comenta.

A utilização das Boas Práticas Agrícolas no campo é um trabalho
realizado a fim de otimizar recursos e prover maior sustentabilidade
para o agronegócio. Quatro pilares que permeiam o processo do cultivo
são essenciais para que se obtenha um resultado positivo: a Segurança
do Trabalhador, que deve ser considerada em todos os momentos, preparando os funcionários e criando condições ideais de trabalho; a
Tecnologia de Aplicação, que auxilia o produtor nos desafios diários,
considerando um gerenciamento adequado para se chegar num melhor custo benefício; o Manejo de Plantas Daninhas: que inclui uma observação
atenta da lavoura, o uso de múltiplos mecanismos de ação e aplicação no momento oportuno; e o Manejo Integrado de Pragas: que por meio de um sistema de manejo que, com técnicas apropriadas, procura manter a população de pragas em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico.

Fonte: Iniciativa 2,4 D

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