O aumento na conta de luz tem sido constante neste ano. Atualmente o país está em um novo patamar da bandeira tarifária, chamado “bandeira escassez hídrica”, no valor de R$ 14,20 por 100 kWh. É quase 50% a mais que o do patamar 2 da bandeira vermelha atual, de R$ 9,49. O cenário tem impulsionado a instalação de placas para gerar energia solar nos telhados. Segundo mapeamento do Portal Solar Franquias, a potência instalada nos sistemas dos consumidores saltou de 4,7 gigawatts acumulados em janeiro deste ano para 7,3 gigawatts até o início de novembro, um crescimento de 53% no período.
O levantamento que é baseado em dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e da Aneel, o mercado de energia solar tem se mostrado cada vez mais resiliente diante dos desafios impostos pela pandemia de Covid-19. Enquanto muitos setores perderam receita nos últimos 18 meses, quem estava no segmento solar viu as suas vendas aumentarem nesse período. “A evolução desse mercado confirma que cada vez mais os consumidores brasileiros tomam consciência da necessidade de buscar soluções sustentáveis para enfrentar as elevadas tarifas de energia elétrica e as mudanças climáticas”, explica o CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as tarifas de energia elétrica acumulam alta de 30% nos últimos 12 meses no Brasil. Somente em 2021, a alta é de 25%, muito em função da crise hídrica. A expectativa é de mais reajustes no próximo ano, isso porque o uso intensivo de termelétricas fósseis já gerou uma conta de mais de R$ 5 bilhões para os consumidores pagarem em 2022.
Até agosto, a conta total de encargos (soma de todos os itens) a ser repassada nas tarifas do próximo ano se aproxima dos R$ 10 bilhões, de acordo com levantamento do Portal Solar Franquias, com base em dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Há ainda a possibilidade de contratação de um novo empréstimo de R$ 15 bilhões para poder arcar com todos os custos da geração de energia.
“A tecnologia solar fotovoltaica oferece aos consumidores a oportunidade de contribuir com a redução dos gases poluentes causadores das mudanças climáticas e transforma uma despesa com a conta de luz em um investimento com retorno em 5 anos”, afirma Meyer. “Após esse período, a energia se torna praticamente de graça”, completou.
Em vários casos, o cliente nem precisa desembolsar recursos próprios. Atualmente, diversos bancos oferecem linhas de financiamento para sistemas fotovoltaicos. Por exemplo, um cliente que gasta R$ 350,00 mensais com energia elétrica pode, em alguns casos, contratar um financiamento para custear a instalação de um gerador solar que fique próximo ao valor da fatura de energia. Após 5 anos, esse mesmo cliente pagará apenas a taxa mínima, que suponhamos que seja R$ 50,00 mensais. Nos 20 anos seguintes, a economia mensal de R$ 300,00 resultará em uma poupança de R$ 72 mil ao final desse período.
Para 2022, a projeção é de uma aceleração ainda maior em razão da continuidade do encarecimento das tarifas de energia. Também o mercado solar também deve ser impulsionado por questões regulatórias. Até o final deste ano, a expectativa é que o marco legal da GD (PL 5829/19) seja aprovado pelo governo, trazendo previsibilidade e segurança jurídica para o mercado.
“Estamos em um ritmo de crescimento acelerado mesmo com as adversidades do cenário econômico nacional. Para 2022, nem mesmo a elevação dos preços dos equipamentos deverá parar a energia solar no Brasil”, afirmou Meyer.