Aumentar a oferta de potássio brasileiro é a melhor forma para reduzir os preços

O Brasil é um gigante do agro mundial, e cada vez mais os agricultores entendem que a opção pelo potássio nacional fortalece o setor e é uma forma de diminuir os preços

O preço médio dos principais fertilizantes utilizados na agricultura brasileira triplicou no ano de 2021, atingindo um patamar que não era visto desde 2008. Isso inclui o Cloreto de Potássio (KCl), fonte de potássio mais utilizada no Brasil. É o que informa um relatório da StoneX, empresa de inteligência de mercado.

Outro relatório, o ACERTO Weekly Fertilizer Report Brazil, mostra que o valor da tonelada de Cloreto de Potássio no porto (CFR) passou de R$ 1317,00 (na cotação do dia 01 de janeiro de 2021) para R$ 4.204,20 (na cotação do dia 28 de janeiro de 2022).

O preço do potássio teve um grande salto no Brasil e nos Estados Unidos em 2021, na imagem os preços do Brasil estão representados pela linha amarela (Fonte: World Bank)

A razão para essa escalada dos preços do potássio no Brasil tem sua raiz na dependência externa do país desse importante insumo agrícola e nas diversas turbulências que vêm desestabilizando o mercado internacional de fertilizantes.

As mais recentes são a crescente tensão entre a Rússia e a Ucrânia, que vêm desencadeando ameaças de sanções econômicas à Rússia, por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, e as novas sanções à Bielorrússia anunciadas pelos EUA no final de 2021.   

A crise entre Rússia e a Ucrânia pode desestabilizar ainda mais o mercado

No último dia 25 de janeiro, de acordo com a agência de notícias AFP, um funcionário da Casa Branca que não quis se identificar afirmou que as restrições do governo estadunidense serão pesadas caso a nação russa cumpra sua ameaça de invasão do território ucraniano: “Esta não é mais uma resposta gradual. Desta vez vamos começar no topo da escala (de sanções) e ficar lá”.

No final do ano passado, líderes da União Europeia também sinalizaram a possibilidade de impor punições econômicas à Rússia caso haja de fato uma invasão. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou:

“Que não haja dúvida: se a Rússia investir contra a Ucrânia, a UE estará numa posição para adotar sanções que poderiam ter um custo maciço”.

Além disso a Rússia também é um grande fornecedor de gás natural para a Europa e o conflito pode aumentar o preço e até mesmo ocasionar a falta desse combustível, o que teria repercussão nas indústrias produtoras de fertilizantes e desestabilizar ainda mais o mercado.

Esse clima de tensão tem um impacto sobre o mercado internacional de fertilizantes, em especial de potássio, haja visto que a Rússia é um dos grandes players desse mercado. A Bielorrússia, um dos maiores produtores e exportadores de potássio do mundo é uma aliada da nação russa nesse conflito.

A ampliação das sanções à Bielorrússia

O país do leste europeu tem enfrentado uma série de crises provocadas pelas ações do atual presidente, Aleksandr Lukashenko, que intensificaram a crise migratória na fronteira com a Polônia.

A resposta dos Estados Unidos foi a ampliação de sanções que afetam a BPC, a empresa estatal de exploração de potássio bielorrussa. Essas sanções devem começar a ser aplicadas em abril de 2022, tensionando ainda mais o mercado de potássio.

Para o diretor de Fertilizantes da StoneX, Marcelo Mello “é uma situação séria. Há risco concreto de desabastecimento, se a sanção realmente interromper o fluxo bielorrusso de exportação, porque o volume é muito grande. Cerca de 20% do cloreto de potássio (KCl) importado do Brasil vem da Bielorrússia e importamos 98% do KCl consumido”, analisou Mello.

A fragilidade do mercado brasileiro em relação ao potássio

Os acontecimentos recentes expõem a fragilidade do agronegócio brasileiro em relação aos fertilizantes, com destaque para o potássio.

Atualmente, o Brasil importa 98% do Cloreto de Potássio consumido na atividade agrícola de países como o Canadá, a Bielorrússia, a China e a Rússia.

Em 2021, diversos outros acontecimentos envolvendo esses players se encadearam para formar uma tempestade perfeita que resultou na escalada dos preços dos fertilizantes e que deverão ter ainda impactos nos preços de 2022.

No Canadá, por exemplo, duas importantes plantas de produção de potássio anunciaram um fechamento repentino, o que também desestabilizou o mercado e reduziu ainda mais as opções de importação brasileiras, restando a China e a Rússia.

Na Rússia, além da questão com a Ucrânia que pode ameaçar o fornecimento de potássio para outros países, há a tendência da própria nação russa de limitar as exportações de fertilizantes. Cenário semelhante se projeta na China, que passa por uma crise energética e tem optado por fortalecer o mercado interno.

Os impactos de todas essas turbulências já estão se refletindo, por exemplo, nas relações de troca de culturas importantes para o agronegócio brasileiro, como a soja, o milho e o algodão. Entretanto, o Brasil tem potencial para se tornar mais autossuficiente quando se fala de potássio.

É preciso fortalecer o mercado nacional de potássio

Diante da escalada de preços dos fertilizantes potássicos, que se deve à fragilidade do mercado nacional de potássio, o fortalecimento desse setor é um imperativo para o robustecimento do agronegócio brasileiro.

Para isso, as pesquisas têm apontado novas fontes e novas tecnologias que podem reduzir o uso de fertilizantes de potássio importados, alinhando o potássio nacional ao novo paradigma da agricultura.

O trabalho que vem sendo desenvolvido pela empresa Verde Agritech é um exemplo desses esforços. Conhecido como Pai da Agricultura Tropical e um dos nomes mais importantes do agronegócio brasileiro, o Dr. Alysson Paolinelli faz parte da diretoria da Verde Agritech e fala sobre a importância de se buscar alternativas ao potássio importado: 

“Usamos há muitos anos o Cloreto de Potássio, sem buscar novas alternativas. Temos o nosso potássio aqui e ele vai proporcionar muitos benefícios para o solo.”

No município de São Gotardo, em Minas Gerais, a Verde Agritech opera a primeira mina de potássio brasileira em mais de três décadas. Essa é a maior mina de potássio do Brasil, tendo capacidade para suprir 50% da demanda de potássio nacional pelos próximos 66 anos.

Utilizando tecnologias de alta performance, aliadas à natureza, iniciativas como a da Verde Agritech são chave para evitar as consequências que a falta de potássio traria para a economia e sociedade do país.

O Dr. Alysson Paolinelli fala sobre a sua contribuição para que a Verde Agritech  caminhe rumo ao objetivo de fortalecer a agricultura brasileira:

“Não há razão para que o Brasil continue a importar essa quantidade de fertilizante para o nosso solo. O Brasil tem reservas. Pude, lá dentro do conselho, ajudar para que a empresa tomasse esse rumo e mostrei exatamente aos seus dirigentes quais são as possibilidades brasileiras do uso de produtos naturais, como é o caso do que a Verde Agritech oferece.”

O Brasil é um gigante do agro, mas pode ser ainda maior

Agricultores de sucesso no Brasil também estão apostando no potássio nacional. É o caso de Laercio Dalla Vecchia, Campeão Nacional de Produtividade do CESB em 2020 e que utiliza o K Forte®, um dos fertilizantes produzidos pela Verde Agritech. Laercio comenta sobre a importância de utilizar o potássio brasileiro e que beneficie o solo:

“Nós temos em nosso solo milhões de seres vivos trabalhando ao nosso favor. Então, cabe a nós cuidar deles, preservar eles. Se a natureza trabalha ao nosso favor, não tem porque nós irmos contra. E, além do mais, a maioria, ou total, do nosso Cloreto de Potássio vem de longe. E o K Forte® é um produto inteiramente nacional, produzido aqui no Brasil e com vários benefícios. Então é super bom!”

Reduzir a dependência externa em tempos de incertezas e instabilidades que elevam os custos e procurar soluções que beneficiem o solo, potencializando ainda mais a agricultura brasileira, é valorizar e fortalecer o agronegócio do Brasil, tornando-o ainda mais gigante no cenário mundial. 

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