Ataque severo de cochonilha das raízes em cafeeiros novos no Alto Paranaíba (MG).

Um ataque severo de cochonilhas das raízes foi identificado recentemente em lavoura de café em formação, em Rio Paranaíba (MG), causando graves prejuízos no desenvolvimento das plantas. 

A cochonilha-de-raiz (Dysmicocus texensis, antes D, cryptus) se localiza sobre as raízes principais do cafeeiro. Tem cor rósea e cinza, sendo recoberta por nodosidades chamadas pipocas. Os sintomas aparecem no período seco, observando-se plantas amareladas, murchas, desfolhadas e fracas. Arrancando-se essas plantas, observa-se nodosidades escuras sobre a raiz principal, logo abaixo do solo, com presença de formigas. 

A cochonilha das raízes se mostra mais grave em cafeeiros jovens, quando em dobra ou em plantios em área antes com cafezal velho. Isto ocorre porque, nas lavouras adultas, os cafeeiros, com seu sistema radicular bem estruturado, conseguem conviver com um ataque normal da cochonilha. Já nos cafeeiros jovens, os insetos, que infestavam as plantas adultas, passam a atacar as novas, ainda com sistema radicular pouco desenvolvido, e elas sentem muito. 

O ataque agora observado ocorreu em julho/22, em área de lavoura de café com cerca de 1,5 ano de idade, da variedade catucaí amarelo 2SL, no campo da COOPADAP, em Rio Paranaíba (MG). Apareceram plantas amareladas, com tamanho reduzido, em certas áreas, tipo reboleiras, ao lado de plantas verdes, normais, de maior tamanho (figura 1). Chamou a atenção o fato de que estas plantas amareladas sempre tinham formigas junto a elas. Ao arrancar essas plantas verificou-se os sintomas típicos, a presença de nodosidades e dos insetos sobre a raiz principal. A ocorrência de formigas está relacionada com um tipo de simbiose entre os dois insetos. As cochonilhas excretam líquidos açucarados, aproveitados pelas formigas e estas auxiliam na proteção com terra e no transporte das cochonilhas. Esses líquidos também constituem substrato para o desenvolvimento de um fungo que vai envolvendo as raízes, com seu micélio, formando um envoltório na forma de cripta ou “pipoca” ou nodosidade, sobre a colônia de cochonilhas (figura 2). 

O aparecimento dos sintomas típicos do ataque da cochonilha das raízes coincide mais no período seco, como ocorreu no ataque agora observado, em julho/22, pois nessa época é que existe maior restrição na absorção da água e dos nutrientes pelas plantas, que, então, se tornam amareladas, murchas, desfolhadas e com crescimento prejudicado. Sem controle algumas chegam a morrer. 

O tratamento mais eficiente, atualmente, se dá com uso de produtos à base de neonicotinóides, como Acatara, Premier e outros com ativos semelhantes. Para plantas novas, a dose é de 0,15 ml ou 0,15 g do produto por 50 ml de água por planta, aplicando junto ao tronco, na forma de um esguicho ou drench e deixando ali escorrer, penetrando um pouco no solo. Pode também ser usada Fosfina, em furos no solo.


Figura 1- Aspecto das plantas atacadas por cochonilha das raízes em Rio Paranaíba, à direita, com cor amarelada e de menor desenvolvimento em relação às da esquerda, sem ataque, verdes e maiores


Figura 2- Aspecto das plantas atacadas, do adulto da cochonilha das raízes e da formação de uma crosta sobre as raízes principais

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