31.4 C
Franca
setembro 16, 2024
Agricultura

Pesquisa mapeia área de risco para pragas quarentenárias no Brasil

Estudo da Embrapa identificou as áreas do país mais suscetíveis ao aparecimento de três pragas ainda sem registro e com alto impacto para a fruticultura

Um mapeamento realizado por pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e Embrapa Territorial identificou as áreas do Brasil mais suscetíveis ao aparecimento de três pragas quarentenárias, ou seja, ainda sem registro no país, e com alto impacto para a fruticultura.

Listados pelo Ministério da Agricultura como prioritários para vigilância sanitária no país, os insetos Anastrepha curvicauda, Bactrocera dorsalis e Lobesia botrana já estão presentes em países vizinhos e tiveram seus hábitos estudados a fim de apontar em quais regiões do território brasileiro encontrariam condições ótimas de desenvolvimento.

“Nós procuramos levantar quais são as faixas de temperatura que permitem o melhor desenvolvimento desses insetos e a presença de alimentos”, explica o pesquisador da Embrapa Territorial Rafael Mingoti.

As áreas suscetíveis às três pragas foram catalogadas mês a mês, de acordo com o período de maior risco de incidência, e por cultura suscetível. Os dados foram entregues para o Ministério da Agricultura para a elaboração de um plano de reação e controle em caso de identificação dessas pragas no país.

Ao todo, 561 municípios apresentaram risco para a ocorrência de Lobesia botrana nas culturas de uva, ameixa, amora, alecrim, caqui, kiwi, oliveira, pêssego, maçã, nectarina ou pera em dezembro, 721 para a Anastrepha curvicauda nos cultivos de mamão e manga e 1.940 para a Bactrocera dorsalis nos cultivos de abacate, bananacacaucafé, caju, caqui, laranjalimão, tangerina, feijão, goiaba, maçã, mamão, manga, maracujá, melão, melancia ou tomate.

A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e coordenadora do estudo, Jeanne Scardini Marinho Prado, destaca que o mapeamento não descarta o risco dessas pragas surgirem em outras regiões do Brasil, mas sim quais são as áreas de maior risco.

Coube a ela mapear quais inimigos naturais existem no Brasil que poderiam ser usados no controle biológico dessas pragas – uma segunda etapa do trabalho e que envolveu a identificação de espécies já usadas em outros países e a busca por insetos semelhantes que tenham ocorrência em território nacional.

“A gente não consegue fazer importação de inimigos naturais e, por isso, não priorizamos nenhum inimigo natural que não estivesse presente aqui no Brasil”, detalha Scardini. A ideia, conta, é oferecer ao Ministério da Agricultura e órgãos de defesa estaduais um plano de ação caso seja identificada a presença dessas pragas.

Related posts

A composição química do café: saiba o que constitui o grão.

Fabrício Guimarães

Batata: Com intervalo de colheita, oferta cai e preços sobem

Fabrício Guimarães

Brasil exporta volume recorde de 45,6 milhões de sacas de café na safra 2020/21, diz Cecafé

Fabrício Guimarães

Deixe um comentário

Usamos cookies para melhorar sua experiência no site. Aceitar Leia Mais