Os preços dos fertilizantes aumentaram muito, por isso é preciso redobrar os cuidados na sua utilização nos cafezais, adotando medidas mais racionais, para a correção do solo, para a adubação e outras práticas, que resultem no melhor aproveitamento dos nutrientes aplicados e, assim, possibilitar economias.
Os principais cuidados, para tornar a adubação mais racional, são apresentados em seguida.
1) Fazer sempre a análise de solo – pois com ela vai-se determinar os nutrientes que já estão disponíveis no solo e os que estão em falta. Deixando de aplicar os nutrientes que já estejam em níveis adequados, pode-se reduzir custos com a adubação, sem comprometer a produtividade da lavoura.
2) Usar corretivos (calcário e outros) na dose e modo corretos – Além de fornecer nutrientes importantes, como o cálcio e o magnésio, a aplicação de corretivos, ao ajustar o pH do solo, vai propiciar um melhor aproveitamento dos nutrientes usados na adubação.
3) Verificar o equilíbrio entre os nutrientes – com base na análise do solo é importante verificar, além da quantidade de nutrientes disponíveis, o adequado equilíbrio entre eles e corrigir eventuais desequilíbrios, pois o excesso de um pode comprometer, por efeito antagônico, o aproveitamento de outros.
4) Usar os macro e micro-nutrientes em combinação – pois todos os nutrientes são importantes, tanto os macro como os micro, cada qual com sua função, sobre o desenvolvimento e a produtividade das lavouras.
5) Usar as doses conforme a necessidade, de vegetação e produção – no cafeeiro, como em algumas outras culturas perenes, a indicação da adubação é feita na forma de uma reposição do que vai ser usado pelas plantas, para crescerem e para produzirem os frutos. As tabelas consideram esse aspecto e mais um adicional para cobrir perdas ou deficiências no aproveitamento dos adubos aplicados.
6) Usar fontes, modo e época de aplicar adequados – para melhor aproveitamento dos nutrientes aplicados a fonte deve ser considerada, especialmente para o nitrogênio, pois dependendo dela deve-se adequar o modo de aplicação, procurando colocar o adubo na melhor condição de umidade do solo e aplicando mais junto de onde se localiza o sistema radicular do cafeeiro.
7) Usar resíduos orgânicos (das propriedades) – os materiais orgânicos disponíveis na propriedade, como estercos e palhas, e, mesmo, os adquiridos, podem ajudar na economia da adubação. Eles devem ser usados em combinação e complementados com o uso adubos químicos, para ajustes nos nutrientes requeridos para aquela condição da lavoura.
8) Controlar o mato para evitar concorrência – As ervas daninhas – o mato – concorrem com os cafeeiros em água e em nutrientes, disponíveis no solo e dos adubos aplicados. Principalmente na condição em que se busca economia no uso de adubos, um bom controle do mato é essencial.
9) Integrar a adubação com outras práticas – A nutrição dos cafeeiros deve ser integrada com práticas que protejam as plantas. De nada adianta nutrir ou alimentar a planta, dando condições para ela crescer, enfolhar e produzir frutos, se outros descuidos, por exemplo, deixar uma praga ou doença causar danos, derrubando folhas ou, mesmo, atacando as raízes ou os frutos, essas partes das plantas que resultaram da própria adubação.
10) Usar o sistema de poda safra zero – Com a poda se reduz e se equilibra a parte aérea das plantas, com seu sistema radicular, tornando-as mais eficientes no aproveitamento da água e dos nutrientes. Zerando a safra num ano as plantas tem condições de melhor recuperação de sua ramagem o que, juntamente com a reciclagem do material podado, permite economia na adubação.
Por fim, não se deve acreditar em produtos milagrosos, já que, nessas fases de custos elevados, é comum aparecerem vendedores oferecendo produtos alternativos, que prometem grandes efeitos, mesmo indicados em doses menores. Dizem que custam bem menos e prometem mais. Nesses casos, os Técnico de AT e os produtores devem exigir e tomar conhecimento prévio, sobre a testagem adequada dos produtos ofertados, através de resultados comprovados, por Profissionais ou Instituições competentes.
Fonte: Fundação Procafé (Por J.B. Matiello e Marcelo Jordão Filho – Engs Agrs Fundação Procafé)